Estudo da influência de fatores ambientais sobre o desencadeamento de crise álgica em crianças e adolescentes portadores de anemia falciforme na cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Barbosa, Silvia Maria de Macedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-19042007-154059/
Resumo: Medicina da Universidade de São Paulo. Objetivo: Esse estudo foi desenvolvido para avaliar o impacto dos poluentes do ar na morbidade nas crianças e adolescentes portadoras de anemia falciforme. Métodos: Foram utilizadas as associações entre as concentrações diárias entre as concentrações dos poluentes do ar (PM10, SO2, NO2, CO, e O3) e os atendimentos no Pronto Socorro de anemia falciforme (CID 10 - D57) no período de setembro de 1999 até dezembro de 2004. Foi utilizado o desenho de case - crossover com dias de exposição de referencia escolhidos utilizando-se uma abordagem estratificada por tempo onde as exposições no dia índice foram comparadas a exposições com dias do mesmo mês com o mesmo valor de temperatura como o caso índice, controlando-se para o dia da semana. Estação do ano, clima e covariantes variáveis lentas foram controladas por pareamento. Também foram adotados modelos onde as exposições do caso índice foram comparadas às exposições para o mesmo dia da semana ou a cada três dias. Os efeitos estimados também foram estratificados para as duas causas principais de atendimento no pronto socorro de pacientes falciformes, dor e infecção respiratória. Resultados: As variações de interquartile aumentaram nas médias móveis de PM10 (25.9 mg/m3), NO2 (64.8 mg/m3), SO2 (8.1 mg/m3), CO (1.2 ppm), e O3 (57.23 mg/m3) foram associadas com aumento de 19.2% (95% CI: 11.2 - 27.8), 15.6% (95% CI: 6.3 - 25.8), 14.5% (95% CI: 6.6 - 23.0), 15,1% (95% CI: 7.7 -23.1), e 10% (95% CI: 1,3 - 18,6) nos atendimentos totais dos pacientes falciformes no pronto socorro, respectivamente. Na análise estratificada para dor, que é a manifestação cardinal dos processos de vaso-oclusão, os aumentos nos atendimentos dos pacientes falciformes com dor (23.1%, 95%CI: 11.0 - 36.5) devido a um aumento na variação interquartile da média móvel de 3 dias do PM10 foi 43% maior que nos pacientes falciformes sem dor. Conclusão: esse estudo mostra que o efeito da poluição do ar na saúde da população pediátrica não se restringe às doenças respiratórias. Também , entre os pacientes falciformes a manifestação principal dos efeitos adversos foi associada com o processo inflamatório dos vasos, reproduzindo resultados já observados entre pacientes adultos e idosos saudáveis e não saudáveis. Finalmente, esse estudo mostrou que os efeitos da poluição do ar na saúde ainda não esta definitivamente estimados e outros resultados serão observados em mais investigações.