Preditores do envelhecimento saudável: fatores epigenéticos e o gene APOE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Hojaij, Naira Hossepian Salles de Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-07052019-152540/
Resumo: INTRODUÇÃO: Fatores genéticos estão associados a fenótipos do envelhecimento como a longevidade e algumas doenças relacionadas à idade, mas a identificação dos genes envolvidos no fenótipo complexo do envelhecimento permanece um desafio. Estudos de associação genômica ampla (GWAS), têm apontado o gene da Apolipoproteína E (APOE) como o único associado de maneira consistente à longevidade e alguns fenótipos do envelhecimento. Até o momento, entretanto, a associação do gene APOE com fenótipos alternativos como o envelhecimento saudável (ES), não tem sido demonstrada de maneira consistente. OBJETIVOS: determinar a influência do polimorfismo do APOE na variação de índices prognósticos do envelhecimento (multimorbidade, funcionalidade e acúmulo de déficits) em dez anos. MÉTODOS: estudo longitudinal de coorte retrospectiva de 125 idosos independentes inicialmente para atividades de vida diária (ABVD e AIVD), de um ambulatório assistencial em um hospital escola, em São Paulo. Na avaliação inicial, foram identificados o polimorfismo do gene APOE (alelos E2, E3 e E4), variável preditora primária, e algumas variáveis epigenéticas (clínicas, sociodemográficas e hábitos de vida). No seguimento, avaliações anuais de prontuários foram realizadas para identificar associações com perdas de envelhecimento fisiológico (índice de acúmulo de déficits, DI), ganho de multimorbidade (Cumulative Illness Rating Scale for Geriatrics, CIRS-G e Charlson comorbidity index, CCI) e dependência em ABVD/AIVD, e morte, em dez anos. Curvas de Kaplan-Meier e modelos de regressão de Cox foram utilizados para associações dos fatores genéticos e epigenéticos com piora funcional e morte, e de regressão linear múltipla para associações com os índices CIRS-G, CCI e DI. RESULTADOS: 125 participantes da avaliação inicial, idade média de 74,9 anos, 76,8% mulheres, e 81,6% brancos. A média do CIRS-G foi de 10,24. A distribuição dos alelos: E2 10%, E3 50,8%, e E4 39,2%. A presença de E2 e E4 em relação ao grupo controle E3/E3 não foram preditoras de piora nos índices prognósticos do envelhecimento. Alguns fatores epigenéticos apresentaram associações com desfechos em dez anos. Maior acúmulo de déficits: idade mais elevada p < 0,001; sedentarismo p=0,02; tabagismo p=0,02. Maior dependência em ABVD: idade mais elevada p=0,002; sexo masculino p=0,01; pontuação maior no CIRS-G p=0,02; sedentarismo p=0,02. Maior dependência para AIVD: idade mais elevada p < 0,001; sexo masculinop=0,01; sedentarismo p=0,02. Mortalidade: idade mais elevada p=0,002, pontuações maiores CCI p=0,001. Atividades metabólicas (beta=-4,37; p=0.003) e morar sozinho (beta=-2,28; p=0.005) foram associados com níveis mais baixos de CIRS-G em 10 anos, e etilismo (beta=1,78; p=0.04) com níveis mais altos de CIRS-G. CONCLUSÕES: O polimorfismo do gene APOE não influenciou o prognóstico do envelhecimento. O ganho inesperado de acúmulo de déficits apresentou associação com alguns preditores epigenéticos em idosos ambulatoriais (idade >= 80 anos, sedentarismo e tabagismo). A idade >=80 anos, sexo masculino e sedentarismo, foram associados a perda em dez anos de funcionalidade para ABVD e AIVD. Atividades metabólicas e morar sozinho foram associados a menor multimorbidade em dez anos. Mortalidade em dez anos foi associada a idade >= 80 anos e alta multimorbidade através do CCI