Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Santos, Jaqueline Oliveira dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48140/tde-22042024-095433/
|
Resumo: |
A presente tese se propõe a estudar as representações de crianças leitoras de Eva Furnari, autora e ilustradora de mais de 60 livros literários endereçados às crianças, a partir da análise de seu texto escrito, principalmente, e das ilustrações por ela criadas. Nessa leitura o ponto fundamental é a presença do humor e da fantasia em sua obra: por meio da criação de personagens e situações narrativas inusitadas, por vezes absurdas, identifica-se o questionamento de algumas convenções sociais, culturais e mesmo acadêmicas. Características como a mobilização da metalinguagem, e mesmo metaficcionalidade (SOUZA, E., 2021), permitem ao leitor o desvelamento do caráter de construção do texto literário, além de se constituírem como estratégias de diálogo brincante e aproximação com o leitor ao instigar sua participação textualmente. Esses são aspectos presentes em sua obra e que permitem a hipótese que sua representação de criança leitora contempla uma leitora ativa, capaz de crítica ao rir do inusitado no cotidiano e suas regras, e de compreender o mundo social em suas nuances. A pesquisa mobilizou como documentação de análise livros de Eva Furnari distribuídos em seis coleções publicadas atualmente pela editora Moderna. Para essa análise e interpretação foram importantes as contribuições teóricas de Chartier (1988: 1991; 2011), Freud (1996), Vigotski (2007; 2014), Bruner (1997), Eco (1994), López (2015) e Sant´Anna (2000). Nas produções de Furnari há uma ênfase no que Sant´Anna (2000) chamou de eixo parodístico: elas possuem elementos de subversão de determinada ordem em sua narrativa, de uma proposta de inversão de algumas convenções e pontos de vista predominantes. O humor em textos literários possibilita acessar o mundo da fantasia por um ponto de vista subversivo, de estranhamento à ordem estabelecida, e esse olhar permite que a criança vivencie e reelabore nesse plano opiniões, perspectivas e emoções que contribuam para seu desenvolvimento e compreensão do mundo social. Conclui-se que as escolhas literárias de Eva Furnari pressupõem uma criança ativa, crítica e imaginativa. Outra reflexão da tese, e uma de suas contribuições, é a afirmação da possibilidade de compreender a relação entre leitura e crianças leitoras a partir do jogo e da brincadeira articulando tais relações com as considerações dos estudos de Psicologia e com a potencialidade da imaginação e da narrativa literária para a educação das crianças. |