Impacto do gênero na rigidez arterial, remodelamento cardíaco e pressão arterial em pacientes hipertensos com e sem apneia obstrutiva do sono

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Pessôa Júnior, Raimundo Jenner Paraiso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
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Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-03022016-110209/
Resumo: Introdução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é uma condição clínica comum associada com o aumento do risco cardiovascular. No entanto, a maioria dos estudos envolvendo AOS e desfechos cardiovasculares recrutaram de forma preponderante os homens. Em pacientes hipertensos, a AOS pode contribuir para a lesão de órgãos-alvo e alterações no descenso noturno em homens. O impacto da AOS nas mulheres hipertensas é pouco estudado. O objetivo deste estudo é estudar o impacto da AOS na rigidez arterial da aorta (avaliada pela velocidade da onda de pulso, VOP, carótida-femoral), disfunção diastólica e alterações do descenso noturno da pressão arterial em ambos os gêneros. Fazemos a hipótese de que a AOS está associada com alterações na rigidez arterial, disfunção diastólica e comportamento da pressão arterial independente do gênero. Métodos: Recrutamos de forma consecutiva pacientes hipertensos estágio 2 do ambulatório de Hipertensão do Instituto do Coração. Padronizamos a medicação anti-hipertensiva (hidroclorotiazida 25mg ao dia e enalapril 20mg 2x ao dia ou losartan 50mg 2x ao dia em caso de intolerância ao enalapril) por 1 mês. A adesão do tratamento aconteceu por meio da contagem de pílulas. Foram realizadas avaliações da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA), VOP, ecocardiograma transtorácico, exames laboratoriais e a Polissonografia Noturna. A AOS foi diagnosticada por um índice de apneia e hipopneia >= 15 eventos por hora de sono. Resultados: Foram inicialmente recrutados 125 participantes e após as exclusões, avaliamos 95 pacientes hipertensos (56% mulheres). A frequência da AOS foi de 66,7% em homens e 45,3% em mulheres (p=0,02). Em relação às mulheres sem AOS, mulheres com AOS eram mais velhas, tinham maior índice de massa corpórea e apresentaram maiores circunferências cervical e abdominal. Os homens com e sem a AOS foram semelhantes em várias características, exceto por uma circunferência abdominal maior no grupo com AOS. Comparado aos pacientes sem AOS, a VOP foi estatisticamente maior nos homens portadores de AOS (11,1±2,2 vs. 12,7±2,4m/s, respectivamente; p=0,04), assim como nas mulheres (11,8±2,4 vs. 13,2±2,2m/s, respectivamente; p=0,03). Em relação à disfunção diastólica, apenas as mulheres com AOS mostraram maior porcentagem dessa alteração ecocardiográfica (46,1 vs. 81,8%, respectivamente; p=0,007). Foi visto nos resultados da MAPA, que homens com AOS apresentaram menor frequência do descenso noturno sistólico (46,4 vs. 14,3%, respectivamente; p=0,04) e as mulheres, uma tendência (65,2 vs. 41,4%; p=0,07). O resultado da regressão linear mostrou que a presença de AOS promove aumento independente nos valores da VOP. O resultado da regressão logística evidenciou que a presença da AOS não foi associada com a disfunção diastólica, mas foi com a ausência do descenso noturno do componente sistólico da pressão arterial. Conclusões: Em pacientes hipertensos, a presença da AOS foi associada com um aumento na rigidez arterial independente do sexo, assim como a ausência do descenso noturno do componente sistólico da pressão arterial. Estes dados sugerem que mulheres hipertensas também estão expostas às consequências vasculares da AOS