A televisão na era da convergência digital das mídias. Uma reflexão sobre a comunicação comunitária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Feitosa, Deisy Fernanda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-24112015-101553/
Resumo: Com o sistema binário e a convergência digital das mídias, dispositivos de comunicação como celulares, computadores e até mesmo aparelhos receptores de televisão deixam de desempenhar apenas a função principal para a qual foram desenvolvidos e passam a se constituir, devido à interoperabilidade de sistemas e à internet, em meios para os quais confluem serviços e linguagens. Se olharmos especialmente para a televisão, notaremos imediatamente que a forma de vê-la ganha novos moldes. O aparelho separa-se do conteúdo. O sinal da TV deixa seu corpo físico e passa a navegar pelo horizonte binário. Ela fica, assim, emancipada do seu corpo material - o aparelho televisor -, e pode ser acompanhada em outras plataformas e dispositivos, aumentando, desse modo, a sua difusão e as possibilidades de canal de retorno para emissores e receptores. Esta pesquisa acompanha o cenário de implantação da TV digital no Brasil e no mundo e reflete acerca das influências e transformações trazidas ao cotidiano da sociedade e aos espaços públicos pelo sistema digital e pela internet. A tese foi estruturada em cinco capítulos, que perpassam diferentes aspectos relacionados à televisão: a sua história e cronologia, os princípios tecnológicos que regem o seu funcionamento, as linguagens que a caracterizam, a sua colocação no cenário convergente e a sua influência no cotidiano das pessoas. No trabalho, trago o resultado de um estudo de caso realizado no ano de 2014, durante um Estágio de Pesquisa no Exterior na Universidade Sapienza de Roma e uma visita técnica às universidades de Brighton e Portsmouth. Essa etapa da pesquisa permitiu-me conhecer in loco o panorama atual desses países, dois anos após a conclusão do switch off, analisar a relação dos italianos e ingleses com a mídia televisiva e com as outras mídias de comunicação digital e a relação/abertura das suas emissoras televisivas para com as novas modalidades de transmissão de conteúdos nas plataformas digitais. Para isso, além buscar fontes bibliográficas, entrevistei pesquisadores e profissionais da área de radiodifusão e telecomunicações que participaram diretamente do processo de transição analógico-digital da TV. Na tese, também faço o relato de uma pesquisa de campo realizada na zona leste de São Paulo, desenvolvida em conjunto com educadores e educandos do Intermídia Cidadã, um coletivo pertencente ao Núcleo de Comunicação Comunitária da Fundação Tide Setubal. A experiência, realizada com base na Produção Partilhada do Conhecimento, serviu para divulgar a chegada da televisão digital e do apagão analógico, refletir sobre os conteúdos da TV aberta brasileira e observar as possibilidades trazidas pela TV digital para o exercício da comunicação comunitária. A pesquisa, de cunho qualitativo e quantitativo, empregou os métodos de procedimento experimental e comparativo e levantou dados através de questionário, entrevistas em áudio e vídeo, oficinas, debates e consultas bibliográficas. Dentre os autores citados, posso destacar: Mikhail Bakhtin, Lúcia Santaella, Sérgio Bairon, Arlindo Machado, Jesús Martín-Barbero, Gérman Rey, Nicholas Negroponte, Arlindo Machado, Eugênio Bucci, Manuel Castells, Clay Shriky, Henry Jenkins, Alberto Marinelli, Néstor García Canclini, Almir Almas, Jay David Bolter, Richard Grusin, Walter Benjamin, Rafael Ruiz e Márcia Tiburi.