A tradução do inglês hibérnico e de outros marcadores culturais irlandeses em Castle Rackrent

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Campos, Natalia Ferrigolli Dias de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8165/tde-27032024-141312/
Resumo: Nesta pesquisa, uma tradução comentada de excertos dialetais do inglês hibérnico e de outros marcadores culturais (Aubert, 2016) no romance Castle Rackrent (1800) da escritora anglo-irlandesa Maria Edgeworth (1768-1849) é elaborada. O romance foi publicado no mesmo ano do Ato de União de 1800, que anexou a Irlanda ao Reino Unido após a Rebelião Irlandesa de 1798. A fim de entender o contexto do romance, deve-se considerar a Irlanda em dois momentos diferentes: o primeiro da época do narrador de Castle Rackrent, Thady Quirk, que acontece antes do ano de 1782 como afirmado pelo subtítulo do romance; o segundo é contemporâneo a Maria Edgeworth, sob o controle político do Reino Unido. Constituindo parte da aristocracia inglesa, mas, ao mesmo tempo, tendo crescido em Edgeworthstown, a propriedade de sua família na Irlanda, Edgeworth está inserida nos conflitos anglo-irlandeses. Ela aprendeu o dialeto do inglês hibérnico com o seu criado, John Langan, utilizando-o como inspiração para criar o Velho Thady, que dá ao leitor sua perspectiva sobre quatro gerações sucessivas de herdeiros Rackrent responsáveis pela propriedade da família, que definhava a cada gestão deles. Devido aos Plantations de metade do século XVI até o início do XVII, as terras dos católicos irlandeses foram expropriadas e entregues aos colonos britânicos protestantes. No final do romance, o glossário literário explica o relacionamento parasitário entre os arrendadores e arrendatários ao leitor inglês desconhecedor, que não parece reconhecer a cultura irlandesa e tampouco se importar com o prejuízo que o imperialismo do Reino Unido causou sobre suas colônias. Não apenas a tradução da cultura irlandesa como a de outras culturas não-hegemônicas para o português brasileiro pode ser um alerta e um lembrete aos leitores contemporâneos de como é possível relacionar o contexto de Edgeworth com as duas Irlandas atuais