Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Alcantara, Mauricio Fernandes de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-09122019-180746/
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Resumo: |
Este trabalho explora o recente estabelecimento de uma cena hipster no bairro da Vila Buarque, na região central de São Paulo. Tal fenômeno, que aqui denomino hipsterização, é caracterizado por uma crescente atração tanto para moradia como para lazer e consumo de jovens adultos urbanos de camadas médias superiores genericamente classificadas como hipsters. O termo se refere a pessoas ligadas a atividades profissionais tidas como criativas (tais como comunicação, tecnologia, inovação e artes), majoritariamente alinhadas a um espectro político mais progressista, e que encontram na região central uma infraestrutura, diversidade sociocultural e redes de lazer e sociabilidade que não apenas são importantes para a plena realização de seus estilos de vida, como também não podem ser encontradas em outros bairros da cidade. A pesquisa tem como ponto de partida uma série de novos negócios (tais como restaurantes, bares, livrarias, cafés, lojas de decoração, moda e design) abertos nos últimos anos no bairro e que são voltados a (e foram criados por) pessoas potencialmente classificáveis como hipsters, e que oferecem produtos e ambientes que prometem o alto nível de sofisticação e especialidade buscado por este perfil, que busca produzir formas de distinção por meio da evitação do consumo de massa. Por meio de uma ampla revisão bibliográfica e a partir de modalidades de observação participante, é apresentado um histórico do bairro e dos recentes acontecimentos que têm promovido uma ressignificação da região central da cidade para esse público, são discutidas as acusações de que a hipsterização esteja vinculada a processos de segregação urbana e gentrification. Além disso, é apresentada uma análise sobre os significados implícitos associados à categoria hipster que, ao mesmo tempo em que são vistos como mediadores cosmopolitas com alta sensibilidade a tendências globais de comportamento e consumo, também são acusados de serem elitistas e gentrificadores. Por fim, também é desenvolvida uma análise sobre as relações entre hipsters, a abertura de novos estabelecimentos comerciais, e a vinculação dos responsáveis por esses novos negócios e o mercado de trabalho. |