Ensaios sobre o figurino: filosofia e teatralidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Sousa, Heloísa Helena Pacheco de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27162/tde-13052024-145409/
Resumo: Esta tese apresenta, através de cinco ensaios longos e independentes, reflexões sobre a teatralidade (e a performatividade) do figurino, considerando-o como uma linha de movimento que se elabora e se materializa através de objetos posicionados sobre a superfície do corpo de artistas em cena. A teoria sobre o figurino, que se organiza aqui, é uma proposição que abarca filosofia, historicidade e criação, na tentativa de responder, mais uma vez, a insistente pergunta sobre o que é o figurino?, o que o torna teatral? e como seu movimento pode ser observado na cena e no processo de criação?. Para tanto, elaboro uma filosofia do figurino apontando para um exercício filosófico sobre a dimensão conceitual desse elemento de cena a partir de uma interlocução com as filosofias da moda e os rascunhos filosóficos sobre o figurino, acrescentando definições sobre o figurino em si a partir da crise do termo nas pesquisas brasileiras e também considerando a teatralidade do figurino através de sua relação com o tempo. Além disso, também apresento um percurso histórico das relações de expansão do objeto do figurino, tanto por um viés didático ao propor um diagrama baseado no quadro diagramático do campo expandido de Rosalind Krauss, quanto falando sobre seus esforços de movência no tempo através da (de)composição dos padrões imagéticos pelas desobediências de gênero e pelas proposições relacionais que diluem as fronteiras entre o eu e o outro. Integrando a perspectiva da criação artística, apresento a experiência de produção dos figurinos e composição das cores na encenação Figura Humana do Programa Tercer Abstracto (Brasil/Chile), partindo de uma análise crítica do gesto artístico de Oskar Schlemmer e indo além na elaboração dos figurinos para expôr a composição cênica a partir de variações no corpo, no espaço, no tempo e nos objetos. Essa teoria colabora com o desprendimento do figurino das obrigações com a reprodução dos hábitos vestimentares, investindo nas sua radicalidade através de uma observação de suas potências materiais e discursivas que não se reduzem aos objetos do figurino, mas que estão contidas na sua teatralidade como linha de movimento.