Monitoramento acústico passivo de toninhas (Pontoporia blainvellei) na ESEC Tupinambás, São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Muller, Patricia Coutinho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
MAP
PAM
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21134/tde-18102023-161228/
Resumo: A toninha (Pontoporia blainvillei), é uma espécie de pequeno cetáceo endêmica do Oceano Atlântico Sul Ocidental. Seu hábito de vida costeiro a torna bastante suscetível a efeitos negativos associados a atividades antrópicas de regiões costeiras. A coloração críptica associada ao pequeno tamanho corporal e ausência de comportamento aéreo torna as toninhas animais difíceis de ser avistados em seu ambiente natural. Assim, estudos acústicos são uma alternativa importante para contornar essas dificuldades. Dessa forma, o objetivo deste estudo é registrar os sons emitidos pelas toninhas na Estação Ecológica Tupinambás (Ilha das Cabras) para descrever seus parâmetros acústicos nas diferentes estações do ano de 2019 no litoral norte do Estado de São Paulo. Para a coleta dos dados, um hidrofone acoplado a um gravador acústico foi fixado no cabo principal de um fundeio oceanográfico instalado na Ilha das Cabras, Ubatuba (23° 31´ S 45° 02´ O). As gravações foram realizadas em taxa de amostragem de 288 kHz 16-bit, utilizando o gravador acústico DSG-ST 202STD da Loggerhead Instruments, com amplificação de 33 dB (~168dB re 1μPa clip level). Acoplado ao gravador, foi utilizado um hidrofone ominidirecional HTI-99HF, com sensibilidade de -204 dB 1μPa e frequência resposta entre 2 Hz - 125 kHz. Os dados de áudio foram triados em laboratório e os arquivos com emissões acústicas de toninhas foram separados dos demais para posterior extração de variáveis acústicas (frequência mínima, frequência de pico, frequência central, intervalo entre cliques, duração do trem e número de cliques por trem). As emissões sonoras de P. blainvillei foram detectadas em 93% do período analisado, sendo mais frequentes durante a primavera e menos frequentes no verão. Os eventos de detecção ocorreram de forma equilibrada entre o período diurno e noturno e, no total das quatro estações, os cliques de ecolocalização foram predominantes (82%) em relação aos sons explosivos (18%). Não foi observada uma relação entre o período do dia e o tipo de som emitido. Além disso, o inverno foi o período com os maiores valores médios de frequência mínima, frequência de pico e frequência central dos cliques de ecolocalização.