Acidente ocupacional com material biológico: adesão ao seguimento ambulatorial segundo as características do acidente e do acidentado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Cassoli, Lourenia Mendonça
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-31052007-121005/
Resumo: INTRODUÇÃO: Os profissionais de saúde estão constantemente sob risco de sofrerem acidentes ocupacionais, através de exposição percutânea ou mucosa, envolvendo material biológico. Consequentemente ficam expostos a agentes veiculados pelo sangue, como os vírus das hepatites B e C (VHB e VHC), vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o Trypanosoma cruzi, agente da doença de Chagas. MÉTODOS: Estudo descritivo, retrospectivo, de análise de prontuários. Foi utilizado um banco de dados, com base no seguimento ambulatorial de profissionais de saúde acidentados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC FMUSP), no período de agosto de 1998 a agosto de 2005. O banco de dados foi construído e alimentado no programa EpiInfo 6.0 e posteriormente transferido para o Excel, a partir do qual foi realizada análise dos dados. As variáveis qualitativas foram representadas por freqüência absoluta e relativa (%) e as quantitativas por média, desvio padrão (dp), mediana, valores mínimo e máximo. A presença de associação entre as variáveis qualitativas foi avaliada pelo teste do Qui-quadrado. RESULTADOS: Foram analisados 1091 casos. 1) 76,5% dos acidentados eram do gênero feminino; 2) a média de idade foi de 33,3 anos e mediana de 30 anos; 3) principais categorias profissionais acidentadas: auxiliares de enfermagem (42,3%), médicos residentes (11,5%), funcionários da limpeza (11,1%); 4) acidentes percutâneos com agulhas com lúmen, envolvendo sangue, foram os mais freqüentes; 5) a mediana do intervalo de tempo entre o acidente e procura pelo atendimento foi de 30 minutos; 6) 60% dos acidentados tinha pesquisa de anti-HBs positiva no momento do acidente; 7) 2,7% dos acidentados tinha sorologia positiva pra VHC no momento do acidente; 8) A maior procura por atendimento ocorreu entre acidentados cuja fonte era conhecida e positiva para HIV e VHC; 9) adesão completa ao seguimento ambulatorial após exposição a material biológico foi de 70%, sendo mais freqüente em acidentados do gênero feminino, cuja fonte era conhecida e tinha perfil sorológico totalmente negativo para os patógenos avaliados; 10) dos profissionais que receberam antiretrovirais apenas 45,2% completaram o tratamento; 11) não ocorreu soroconversão para HIV, VHB e Doença de Chagas; 12) foram observados três possíveis casos de soroconversão para VHC. CONCLUSÕES: A alta taxa de abandono do seguimento é motivo de preocupação. Considerando-se que sabidamente nem todos os profissionais de saúde acidentados procuram atendimento, e dos que o fazem, cerca de 30% não o completam, estima-se que haja importante parcela de profissionais acidentados não investigados. Embora a maior procura por atendimento tenha sido de acidentados com fontes suspeitas ou positivas para VHC e HIV, a adesão ao seguimento foi menor nestes casos. Adesão à terapêutica antiretroviral também foi baixa.