Fazendo Laplanche trabalhar: o livro não escrito de Monzani

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Zaidan, Eduardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-10072024-164650/
Resumo: Em Freud: o movimento de um pensamento, Luiz Roberto Monzani reconhece uma dívida para com Jean Laplanche. Apropriando-se da leitura da obra de Sigmund Freud proposta por Laplanche, a Tese de Monzani tornou-se uma das produções nacionais e internacionais de maior relevância sobre Freud. A publicação, em 1987, de Novos fundamentos para a psicanálise, no qual Laplanche avança a sua própria teoria, deflagra uma oposição por parte de Monzani que já se encontrava subjacente ao seu aparente alinhamento. Embora admita a sua discordância com Laplanche, Monzani jamais escreveu um livro que desenvolvesse as suas críticas, que residem, principalmente, na ruptura que a teoria de Laplanche representa em relação às concepções freudianas de inconsciente e de pulsão. Esta pesquisa tem como intuito investigar a obra de Laplanche, utilizando o mesmo método que Laplanche emprega para fazer Freud trabalhar: denunciar os seus extravios, as passagens onde Freud não é fiel aos seus próprios princípios. Para tanto, é necessário compreender qual é a posição laplancheana e no que difere da freudiana. Se o propósito de Laplanche era concretizar a revolução copernicana, então, como compreender o extravio biologizante de Laplanche, seja na concepção de um bebê tradutor, seja na sua teoria da genitalidade orientada pelo instinto? Para diferenciar-se de Jacques Lacan, Laplanche recorre ao apego, de John Bowlby, recaindo na biologização que pretendia evitar. Uma hipótese sobre essas questões é que Laplanche enxerga no inconsciente transindividual de Lacan a perda de um componente nuclear da psicanálise: a singularidade do inconsciente alicerçada na elaboração intrapsíquica.