Neoliberalismo e ideologia: três décadas de interdição do debate econômico no Brasil (1990 – 2020)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santo, Marcos Henrique do Espirito
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-16012025-124651/
Resumo: O objetivo desta tese é demonstrar como o debate econômico no Brasil foi sequestrado pelo neoliberalismo e, como consequência, pela hegemonia das prescrições ortodoxas de política econômica nas últimas três décadas. Após um longo ciclo de crescimento na segunda metade do século XX, o país mergulhou em um período de crise aguda, o que lhe impôs como punição um conjunto de medidas econômicas sem as quais, de acordo com seus prescritores, seria impossível se reerguer. Com a adoção de um conjunto de medidas austeras e privatizantes, a economia brasileira assumiu o receituário neoliberal de políticas econômicas a partir da década de 1990, alçando ao posto de oráculos os economistas do mainstream, invariavelmente ligados ao sistema financeiro. Com isso, pode-se afirmar que, a despeito das diferenças importantes em cada governo que passou pelo Brasil nos últimos trinta anos, seu traço comum foi a adesão, explícita ou envergonhada, à agenda neoliberal. Nem mesmo o crescimento econômico medíocre, a manutenção dos abismos sociais, e a perda de competitividade global da economia brasileira foram suficientes para demover seus crentes da fé. Como hipótese, contudo, esta pesquisa defende que a política econômica foi sequestrada pela política neoliberal em sua fase de globalização, tendo como ferramental a ortodoxia econômica, cujo papel é o de revestir de científico seu conteúdo político-ideológico. Para isso, a pesquisa tem início com a história do neoliberalismo e sua conceituação a partir de um modo de gestão da vida social. Em seguida, os demais capítulos tratam de compreender como o neoliberalismo foi gestado, consolidado e apresentou sua face mais perversa no Brasil contemporâneo