Influência socioeconômica no desempenho da marcha de idosos residentes em regiões com diferentes índices de desenvolvimento humano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Júnior, Renato Campos Freire
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-30052019-164608/
Resumo: Fatores socioeconômicos tem sido associado com problemas relacionados à saúde, entretanto nenhum estudo investigou especificamente o impacto a longo prazo das diferenças socioeconômicas no desempenho da marcha. O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho da marcha de idosos nascidos, criados e vivendo atualmente em regiões com diferentes Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) sob a marcha habitual e em condições de dupla-tarefa. Métodos: Estudo transversal multi-país conduzido com uma amostra de 373 idosos divididos em três regiões com diferentes IDH\'s: Coari, estado do Amazonas, Brasil (n = 124, IDH-baixo = 0,586); Ribeirão Preto, estado de São Paulo, Brasil (n = 109, IDH-alto = 0,800); e London, Província de Ontario, Canadá (n = 140, IDH-muito alto = 0,905). Informações sobre dados socioeconômicos, demográficos, condições de saúde e histórico de quedas nos últimos seis meses foram registrados, e a função física dos membros inferiores foi avaliada pelo Short Physical Perfomance Battery (SPPB). O desempenho da marcha foi avaliado utilizando GAITRite Platinum 26\' Portable Walkway System em duas situações diferentes: marcha habitual e marcha associada a dupla-tarefa (nomear animais enquanto caminha). As variáveis de interesse foram: velocidade (cm/s), cadência (passos/min), tempo da passada (milissegundos), comprimento do passo (cm) e largura da passada (cm), além da variabilidade da marcha e o custo da dupla-tarefa para cada variável. A análise de comparação entre os grupos no desempenho da marcha, foi realizada usando um modelo linear geral multivariado, e a variabilidade da marcha, bem como o custo da dupla-tarefa analisados pela ANOVA one-way. O teste post-hoc de Bonferroni foi usado para determinar as diferenças entre os grupos quando apropriado. Os modelos estatísticos foram ajustados por várias covariáveis, incluindo anos de estudo. Resultados: idosos do grupo IDH-baixo apresentaram menor velocidade, menor cadência, maior tempo da passada, comprimento do passo mais curto comparado com os idosos dos outros dois grupos, IDH-alto e IDH-muito alto, e menor largura da passada comparado ao grupoIDH-alto. Maior variabilidade do comprimento do passo foi encontrada no grupo IDHmuito alto comparado aos dois grupos brasileiros, IDH-baixo e IDH-alto. O custo da dupla-tarefa na marcha para velocidade, comprimento do passo e variabilidade do comprimento do passo foi maior entre os idosos do grupo IDH-baixo quando comparados aos outros dois grupos. As diferenças estatísticas foram atenuadas, mas não desapareceram após o ajuste por anos de educação. Conclusões: Idosos vivendo em regiões com baixo IDH apresentam pior desempenho da marcha durante a tarefa simples (habitual) e em condições de dupla-tarefa comparados com idosos que vivem em regiões com alto ou muito alto IDH. Menos anos de escolaridade pode limitar a capacidade de processamento central dos idosos, afetando potencialmente o desempenho da marcha