Aspectos limnológicos do lago grande do Jutaí (Amazônia Central), face as alterações químicas do meio hídrico da região

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1977
Autor(a) principal: Santos, Umberto de Menezes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11133/tde-20240301-153414/
Resumo: As condições limnológicas no Lago Grande do Jutaí, na Amazônia Central, são determinadas principalmente pelo Rio Solimões. O lago é conectado com o rio durante quase todo o ano e suas flutuações, consequentemente, afetam diretamente o lago. As mudanças no nível de água, somam uma amplitude de 9 a 10 metros, anualmente. De janeiro/junho encontra-se cheio com água do rio e chuva, e de julho a dezembro, encontra-se rebaixado. Estas flutuações em seu nível, são as principais responsáveis pelas grandes variações físicas, químicas e biológicas ocorridas em seu meio. As análises mostram claramente, flutuações sazonais no lago, como a estratificação da temperatura, condições de oxigênio e o conteúdo em sais, incluindo todos os seus mais importantes constituintes. As maiores transparências, são observadas com o máximo nível de água no lago. Os meses de maio, junho, julho, agosto e às vezes setembro, como observamos no ano de 1974, são considerados críticos para os peixes, devido às pequenas concentrações de oxigênio dissolvido. Estas baixas concentrações de oxigênio, são devidos a fenômenos de estagnação (favorecendo a formação de H2S e redução de oxigénio) ou de turbulência (ocasionando a elevação do gás até a região do Epilimineo e consequentemente, a redução do oxigênio). Na região anóxico, encontramos maiores concentrações de gás carbônico, nitritos, nitratos, amônia, nitrogênio total, ferro e fósforo. Os grandes lagos na Amazônia Central, segundo nossas observações e de SCHMIDT (1973), são considerados mais favoráveis a taxas mais elevadas de oxigênio dissolvido que os pequenos lagos. O bicarbonato de cálcio, constitui a maior porção dos sais totais contidos no Lago Grande do Jutaí. As maiores concentrações, foram encontrados no período de seu rebaixamento. Dos elementos mais importantes para a ictioflora e fauna, o fósforo foi o mais deficitário. Embora seja anualmente incorporado ao lago, pelo influxo da água do rio, este suplemento é baixo. Durante o período de “seca”, que corresponde a água baixa, existe uma completa circulação do meio hídrico do lago, ocorrendo com isto, uma homeotermia. O Rio Solimões fertiliza os lagos durante a enchente e ao mesmo tempo, refertiliza-se, no período do rebaixamento com o retorno das águas, devido a fenômenos de remineralização.