As noções de sucesso e fracasso entre jovens estudantes: ideologia e mundo profissional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Braz, Sandra Regina Ramos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-03032022-114838/
Resumo: A pesquisa teve como objetivo analisar as noções de sucesso e fracasso profissional de jovens estudantes, com idades entre 18 e 25 anos, refletindo sobre como elaboram as trajetórias de estudo e de trabalho, perspectivas para o futuro e atravessamentos de gênero, raça e classe social. Em um diálogo crítico entre autores da Psicologia Social e da Educação, buscou-se refletir, teoricamente, sobre as noções de sucesso e fracasso no cenário neoliberal no mundo do trabalho e na formação educacional, e como elas contribuem para individualizar fenômenos sociais, reforçar a meritocracia individualista e culpabilizar os indivíduos isolados pelo sucesso e fracasso, sendo estes configurados pelo modo de vida liberal. Com isto, interrogou-se em relação à contribuição do psicólogo frente à ideologia do sucesso e para superação das desigualdades sociais. Para a análise das informações coletadas em uma entrevista semiestruturada, optou-se pela metodologia construtivo-interpretativa. O resultado indica, em geral, dificuldades de compreensão dos participantes referente ao pano de fundo sócio-histórico neoliberal como atravessador para uma construção de projeto de vida de futuro. Eles apresentaram uma tendência a compreender que apenas por esforços próprios é possível alcançarsucesso e a saída da condição de fracasso. Importante observar também as contradições que estão presentes nas narrativas e que demonstram a complexidade do processo de conscientização: se por um lado alguns participantes afirmam que o sucesso depende do esforço individual, corroborando a perspectiva naturalizante da ideologia neoliberal, por outro a questão do gênero é refletida de maneira crítica, sendo reconhecido o machismo como elemento histórico e estrutural que promove a divisão sexual (e desigual) do trabalho. A mesma percepção histórica parece estar presente na questão da racialidade.