Estudo de caso sobre o abandono de crianças e adolescentes em instituições totais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Pestana, Janine Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-24032015-163204/
Resumo: Esta pesquisa possui como tema o abandono de crianças e adolescentes em Instituições Totais. Teve início em 2010, a partir de uma notícia publicada pela Folha de São Paulo sobre uma menina que se encontrava esquecida em uma instituição psiquiátrica há mais de quatro anos. Além dela, outras crianças vivem situações semelhantes, pelo país afora. São crianças que se encontram esquecidas pelas famílias e pelas instituições. Sem formação e cuidados adequados, estão expostas a diversas situações de abuso e violência de todos os gêneros. Tal histórico e experiência propiciam a exploração sexual e econômica, a extrema marginalização nas ruas e em instituições psiquiátricas, além de constantes passagens por Fundações Casa. Neste sentido, um discurso que legitima a exclusão é construído para responder à completa ausência de reflexão sobre decisões banalizadas que operam à revelia do sujeito humano. É um discurso que legitima o desamparo a fim de se manter a exclusão. Mesmo diante de uma aparência de inclusão, os sistemas sociais de assistência àqueles que se encontram em situação de desamparo operam de modo impessoal e segregador. A partir da análise de um discurso construído ao longo da trajetória institucional da adolescente, desde seu nascimento até completar dezenove anos, por meio da consulta de seu processo judicial, foram levantadas importantes questões a respeito do caráter político do sofrimento psíquico e de como a subjetividade é negada e mortificada pela legitimação de um discurso médico-jurídico por meio da construção de uma identidade doente e reduzida a esta finalidade. A institucionalização do saber psicológico assume a totalidade das funções de controle social que determinam o padrão de conduta socialmente aceito e a partir dessa regulação, as condutas perturbadoras que precisam ser assistidas dentro dos inúmeros serviços maquiadamente assistencialistas que trazem em seu bojo os fundamentos da exclusão e do aniquilamento do suposto sujeito psíquico