As competências crítico-emancipatórias e a formação dos trabalhadores de nível médio em enfermagem: focalizando as políticas ministeriais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Marques, Claudia Maria da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7137/tde-23012008-113302/
Resumo: É inegável a importância dos trabalhadores de nível técnico para a implementação do Sistema Único de Saúde. No entanto, há limites impostos para uma atuação crítica e transformadora desses trabalhadores em decorrência, entre outras, da fragmentação do processo de trabalho em saúde e das estratégias educativas utilizadas em sua formação. O Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem foi criado pelo Ministério da Saúde com o objetivo principal de qualificar trabalhadores da enfermagem. Um perfil de competências foi construído e a análise deste, comparativamente ao proposto pelo Ministério da Educação, fez emergir a necessidade de aprofundar o estudo acerca do referencial estruturante da educação profissional, frente às necessidades de formação técnica em saúde. O presente estudo teve como objetivo conhecer o potencial crítico-emancipatório da noção de competência assumida pelos Ministérios da Educação e da Saúde, por meio de uma pesquisa descritiva e exploratória, na perspectiva qualitativa. Seu suporte teórico foi a Teoria de Intervenção Práxica da Enfermagem em Saúde Coletiva; o referencial de análise, a hermenêutica-crítica. A fonte de dados empíricos foi constituída por documentos reguladores da educação profissional técnica oriundos desses Ministérios, entre 1996 e 2006. Além disso, foram levantados os discursos de seus representantes, através de entrevista semi-estruturada. Os resultados mostraram visões de educação diferenciadas entre os dois Ministérios: o da Educação aponta as exigências do mercado como seus princípios norteadores; a noção de competência se apóia na perspectiva construtivista, enfatizando atributos pessoais em detrimento de sua dimensão social. O Ministério da Saúde aponta a educação profissional como instrumento da cidadania, devendo ser orientada pelo paradigma político assistencial do SUS; a noção de competência baseia-se na perspectiva crítico-emancipatória. Concluiu-se que a visão do Ministério da Educação aponta para uma formação que adapte o homem à sociedade. O Ministério da Saúde aponta seu potencial crítico e emancipador. Estas diferenças não foram identificadas nos discursos dos gestores, que se apresentaram centrados na noção de competência que mescla as duas visões