Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Zanim, Gabriela |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-07072020-150003/
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Resumo: |
O capitalismo, cujo modelo de organização do trabalho não permite que as populações mais vulneráveis (tais como a população em sofrimento pelo uso/abuso de álcool ou outras drogas) consiga acesso a uma colocação empregatícia formal, acaba por excluí-los para atividades laborais extremante precárias. A Economia Solidária, como outra perspectiva de atividade econômica, tem se mostrado uma alternativa para orientar projetos de inclusão social pelo trabalho. O objetivo deste estudo foi analisar as potencialidades e dificuldades vivenciadas por uma iniciativa de inclusão social pelo trabalho em Economia Solidária, desenvolvido por usuários de um CAPS-ad II (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Ouras Drogas), incubado por uma Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Solidários, a Co-Labora ITES, da Universidade de São Paulo. A pesquisa se caracterizou como um estudo de caso de abordagem qualitativa e teve como instrumentos e técnicas de coleta de dados: (a) questionário de caracterização socioeconômico em forma adaptada do modelo elaborado e validado por Mesquita (2012), a partir do referencial teórico de Robert Castel e sua descrição das zonas de vulnerabilidade social (2005); (b) observação participante; (c) diário de campo e (d) entrevistas semiestruturadas. A pesquisa ocorreu na sede do CAPS-ad II, situado na cidade de Ribeirão Preto (SP). Os sujeitos foram: (a) associados da iniciativa de inclusão social pelo trabalho do CAPS-ad II (08 membros); (b) a coordenadora da iniciativa (01 membro) e (c) membros da Co-Labora ITES (04 membros). Mediante análise dos dados das tabelas de caracterização socioeconômica dos membros da iniciativa, inferiu-se que estavam todos desempregados, dependiam de benefícios de proteção social, possuíam renda insuficiente para as despesas domésticas e pessoais, além de uma rede social de apoio frágil. De acordo com as entrevistas semiestruturadas e observação participante, pode-se descrever o processo de implementação e desenvolvimento da iniciativa de inclusão social pelo trabalho do CAPS-ad II. As dificuldades encontradas através da análise das entrevistas semiestruturadas se concentraram na rotatividade de participantes na iniciativa, somada aos diferentes perfis e momentos do tratamento para uso problemático de álcool e outras drogas, às recaídas no uso dessas substâncias, as dificuldades manuais e cognitivas, a dificuldade com transporte, recursos humanos e financeiros, a existência deste Empreendimento Econômico Solidário (EES) dentro da unidade de serviços de saúde mental, o tempo escasso dedicado às atividades produtivas e o manejo do dinheiro por parte dos membros associados. As potencialidades dizem respeito à formação de lideranças, à construção de identidades e representatividades dos associados, ao investimento pessoal na iniciativa de inclusão social, à ocupação como meio de ressignificação para o trabalho, à bagagem técnica dos membros da Co-Labora sobre Economia Solidária, à conquista do trabalho como direito e não meio terapêutico, à conquista da Lei Municipal e consequentemente dos Fóruns, Feiras e assembleias sobre Economia Solidária, à criação da Associação Pólvora, à atuação da participante coordenadora da iniciativa como meio de promoção de autonomia e à formação em Economia Solidária através da incubadora. As redes sociais de suporte identificados foram os programas assistenciais do governo, a Lei Municipal, os Fóruns, as Feiras de Economia Solidária e assembleias. Os grupos sociais de suporte são o próprio CAPS-ad II, os membros familiares e a profissional coordenadora. Conclui-se que devemos olhar para as potencialidades, pois elas representam a força do empreendimento e as conquistas que o próprio grupo alcançou. As dificuldades devem ser enfrentadas com a união do próprio grupo, com o apoio da instituição do CAPS-ad II, da sociedade, da Co-Labora e das políticas públicas |