Avaliação das habilidades comunicativas de crianças surdas: a influência do uso da língua de sinais e do português pelo examinador bilingüe

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Barbosa, Felipe Venâncio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5162/tde-17022009-111331/
Resumo: A língua de sinais ganha um novo foco no cenário nacional e a tendência da prática fonoaudiológica toma rumos que provavelmente levarão à maior difusão do bilingüismo. O domínio desta língua torna-se de grande importância para o fonoaudiólogo, e pode contribuir para diagnósticos mais precisos. Este trabalho tem como objetivo analisar a comunicação de crianças surdas em interação com um examinador bilíngüe no uso das modalidades comunicativas e no perfil pragmático. O estudo foi desenvolvido com 12 sujeitos com idade de 7 a 10 anos, com surdez profunda, sem comprometimentos associados e filhos de pais ouvintes. Aplicou-se o Protocolo de Avaliação das Habilidades Comunicativas e de Linguagem de Crianças Surdas - Reduzido em dois momentos: em Português e em língua de sinais. Este protocolo foi modificado para este estudo e é complementar ao protocolo original. O objetivo da redução do protocolo original foi tornar sua aplicação mais concisa e rápida. Com relação às modalidades comunicativas usadas nas duas interações, observouse que a ocorrência de modalidade viso-espacial foi maior em ambas as aplicações, mostrando a preferência desta modalidade pela criança surda. O uso de língua ocorreu em maior número na aplicação em língua de sinais, indicando que a modalidade de língua usada pelo interlocutor influencia a complexidade no uso da linguagem pela criança. Isto sugere a importância do conhecimento da língua de sinais pelo examinador para maior precisão no diagnóstico de linguagem. Com relação ao perfil pragmático o grupo exibiu maior diversidade de habilidades comunicativas na aplicação em PB, entretanto as habilidades comunicativas que predominaram nesta aplicação são as menos adaptadas ao ambiente ou de aquisição precoce. As habilidades comunicativas de aquisição tardia ocorreram predominantemente na aplicação em LS. Os resultados apresentaram diferenças estatisticamente significantes com relação à complexidade do código usado para expressar as habilidades, com maior pontuação para aplicação em LS. Os dados sugerem a importância do conhecimento de língua de sinais pelo fonoaudiólogo porque as respostas que podem ser obtidas em um exame tendem a ser mais complexas lingüisticamente