Qualidade de vida de indivíduos com a coinfecção HIV/tuberculose no município de Ribeirão Preto - SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Neves, Lis Aparecida de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-16112010-102151/
Resumo: A tuberculose (TB) é a infecção oportunista mais associada com o HIV/aids; sua associação com o HIV afeta negativamente a vida dos indivíduos, tanto nos aspectos biológicos como nos psicossociais. A debilidade física aliada ao estigma e a discriminação de ambas as enfermidades podem levar ao isolamento social e à restrição dos relacionamentos, prejudicando a manutenção da rede social de apoio e a qualidade de vida do indivíduo com a coinfecção HIV/TB. Objetivo: avaliar a qualidade de vida de indivíduos com a coinfecção HIV/TB e comparar com a qualidade de vida de indivíduos soropositivos para o HIV. Materiais e Métodos: trata-se de estudo descritivo, de corte transversal, realizado por meio de entrevista com pacientes soropositivos para o HIV e com coinfectados HIV/TB, em acompanhamento ambulatorial no município de Ribeirão Preto; foram utilizados os instrumentos WHOQOL HIV bref, Escala de Suporte Social para Pessoas Vivendo com HIV/AIDS e instrumento para caracterização socioeconômica. Resultados: participaram 115 indivíduos soropositivos para o HIV, sendo 57 coinfectados com TB e 58 não coinfectados; a maioria era do sexo masculino, heterossexuais, predominando a faixa etária de 40 a 49 anos, com os coinfectados apresentando escolaridade e renda inferiores aos demais. Cerca de um terço dos indivíduos com TB ativa soube da sua soropositividade recentemente; a maioria apresentava contagem de linfócitos TCD4 menor que 200 células/mm3 e uso recente da terapia antirretroviral, diferentemente dos pacientes soropositivos que apresentaram melhores indicadores clínicos e uso de ARV há mais tempo. A forma clínica de TB mais comum foi a pulmonar, mas com taxas elevadas de extra pulmonar. Na avaliação da qualidade de vida os indivíduos coinfectados apresentaram escores médios mais baixos do que os não coinfectados em todos os domínios, com diferença importante no Físico, Psicológico, Nível de Independência e Relações Sociais. Os valores do suporte social foram intermediários, mas com ampla variabilidade de escores; houve associações estatísticas entre o suporte social e quase todos os domínios de qualidade de vida, exceto Espiritualidade. Conclusões: O grande número de pacientes coinfectados com baixo nível sócioeconômico evidenciou a estreita relação da dupla infecção com a exclusão social, apontando TB e HIV/aids como doenças de magnitude que ultrapassa as barreiras biológicas. A qualidade de vida dos indivíduos com a coinfecção HIV/TB foi pior do que a dos soropositivos sem TB em todos os domínios. O suporte social tem um papel importante ao amenizar conseqüências negativas de eventos estressantes, podendo diminuir o efeito do preconceito de ambas as enfermidades e afetando diretamente a qualidade de vida do indivíduo coinfectado.