Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Parro, Ricardo Araujo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-16102019-151537/
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Resumo: |
A dissertação que apresentamos procura oferecer uma interpretação das duas primeiras seções do Cânone da razão pura, antepenúltimo capítulo da Crítica da razão pura de Kant. Por oposição à leitura corrente deste trecho, que enxerga as teses e conceitos aí defendidos como imaturos, dogmáticos, contraditórios com o restante da obra ou em tensão com ela, nossa tentativa foi de lhe restituir um sentido e uma verdade interna. Nossa suspeita era de que a primeira Crítica fosse uma obra coerente. Tomamos, assim, esse texto como uma estrutura de leitura a partir da qual investigamos alguns temas da filosofia kantiana. Num primeiro momento e acompanhando o movimento do texto, tratamos de estabelecer que ele constitui um tipo de encerramento para a obra, fornecendo respostas para as perguntas metafísicas lançadas pela razão pura. Para tanto, a Crítica nos convida a adentrar no campo da filosofia prática. Deste modo, discutimos alguns problemas que giram em torno de seu estatuto e da filosofia moral quando Kant ainda não estava de posse da dedução do fundamento dessas ciências, isto é, da liberdade absoluta. A razão pura prática se apresenta como a faculdade metafísica por excelência e permite um cânone que responda às questões metafísicas. No segundo capítulo, discorremos sobre o ponto de discórdia que acomete o Cânone, a prova empírica da liberdade prática e suas relações com a liberdade transcendental. Propomos uma leitura tecendo uma história para esses conceitos a partir da Nova Dilucidatio, de 1755. Nossos resultados possibilitam articular os dois elementos sem as tensões ou contradições que opõem a Resolução da terceira antinomia ao Cânone. O livre arbítrio aparece, então, como algo determinado por um núcleo transcendental, fonte da espontaneidade absoluta, e os determinantes da sensibilidade, permitindo também a compossibilidade de liberdade e necessidade. O último capítulo apresenta o final desse percurso. Esforçamo-nos por analisar como ocorre a prova transcendental da existência de Deus comparando brevemente as provas pré-críticas com a postulação prática da primeira Crítica. Ressaltamos também como Kant deriva uma teologia transcendental com base nas propriedades morais do sábio legislador supremo. Por fim, apontamos a aplicação destes conceitos transcendentais para a leitura da história universal. |