A coisa em si entre teoria e prática: uma exigência crítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Hulshof, Monique
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-24042013-101746/
Resumo: A presente tese tem como intuito inicial investigar as asserções aparentemente conflituosas que Kant faz sobre as coisas em si mesmas, ora em sentido estritamente negativo, como a representação problemática de algo completamente indeterminado, ora em sentido positivo como fundamento ou causa dos fenômenos. Partindo de interpretações que compreendem esse conflito entre asserções sobre as coisas em si mesmas como tendo sua origem nos dois problemas que a filosofia crítica procura solucionar a possibilidade do conhecimento especulativo e a fundamentação da moral , procura-se reconstruir, num primeiro momento, o vínculo entre a crítica da razão e os diferentes modos de representação das coisas em si mesmas. Argumentamos que a diferenciação da faculdade racional em duas atividades ou espontaneidades, entendimento e razão, que são expostas pela crítica como produtoras de conceitos e legislações distintas, exige duas maneiras de formular, criticamente, o conceito de númeno. A primeira formulação é feita pelo entendimento mediante a abstração das condições sensíveis de aplicação das categorias, dada sua originariedade em relação à sensibilidade. Este conceito tem de permanecer, contudo, em um sentido estritamente negativo e problemático, visto as categorias consistirem apenas em funções de síntese de representações sensíveis e estarem limitadas, por isso, a um uso empírico. A segunda formulação é feita, em contrapartida, pelas idéias da razão, que pressupõem um prolongamento da síntese pensada nas categorias até o incondicionado. Ainda que envolva uma aparência transcendental essas idéias se fazem necessárias, principalmente, em vista do uso prático da razão. Num segundo momento, porém, voltando nossa atenção ao esforço de Kant em articular sistematicamente esses diferentes modos de representação das coisas em si mesmas no interior da filosofia crítica, procuramos mostrar como a elaboração do conceito de autonomia na passagem para o uso prático, possibilita uma maneira de operar com a aparência transcendental presente nas ideias, sem violar a limitação das categorias ao uso empírico. Nesse sentido, explicitamos como a crítica da razão em seu uso prático desvela um novo caminho para a faculdade de julgar, em que lhe é permitido aplicar legitimamente a categoria de causalidade com referência aos númenos.