O desertor dos desertores: Silva Alvarenga e o poema herói-cômico no século XVIII

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Melo, Samuel Carlos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-29072020-193414/
Resumo: O Desertor, poema herói-cômico de Manuel Inácio da Silva Alvarenga, publicado em 1774, recebeu pouca atenção da crítica. Com algumas exceções, o que se observa são leituras desinteressadas, marcadas por um viés romântico que buscou na poesia luso-brasileira do século XVIII marcas de \"cor local\" que antecipariam o desenvolvimento de um sentimento nacionalista. Por isso, compreendem ser uma deficiência a matriz ideológica da obra e não consideram o poema por meio do interesse poético pela convenção que norteou as letras do Setecentos. Diante disso, este trabalho procura analisar o poema herói-cômico de Silva Alvarenga a partir das convenções poéticas e retóricas que orientaram a poesia do período. Primeiramente, buscou-se reconstituir o contexto histórico de produção do poema, marcado pelo \"absolutismo ilustrado\" em alguns estados da Europa, cujas práticas ilustradas da administração do Marquês de Pombal se aproximaram e resultaram num poderoso aparelho de propagação, financiando e protegendo poetas para que exaltassem as realizações de sua governança. Em seguida, tentou-se compreender o poema herói-cômico por meio da doutrina poética do Setecentos, tomando a Arte Poética, de Francisco José Freire, como principal referencial. Por fim, analisa-se o modo de composição de O Desertor e o uso que faz o poema de procedimentos cômicos e satíricos na deformação de elementos próprios da epopeia, ridicularizando vícios e, por oposição, ratificando valores do Estado, particularizados na reforma dos estudos.