Avaliação do peptídeo natriurético tipo B (BNP) após transplante cardíaco pediátrico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Sylos, Cristina de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-28012009-132750/
Resumo: INTRODUÇÃO: A rejeição constitui-se em uma das principais causas de mortalidade após o transplante cardíaco pediátrico. O peptídeo natriurético tipo B (BNP), tem sido estudado como método no diagnóstico de rejeição aguda principalmente em pacientes adultos submetidos ao transplante cardíaco. OBJETIVOS: Avaliar o peptídeo natriurético tipo B no diagnóstico de rejeição aguda em crianças submetidas ao transplante cardíaco ortotópico, avaliar o papel do BNP como método adicional não invasivo na elucidação diagnóstica da doença coronariana após transplante e comparar parâmetros clínicos, ecocardiográficos e hemodinâmicos em relação à biópsia endomiocárdica no diagnóstico de rejeição cardíaca aguda. MÉTODOS: Foram coletadas 50 amostras de BNP de 33 crianças em pós-operatório de transplante cardíaco e analisados dados de idade, sexo, cor, grupo sangüíneo, painel imunológico, tempo de evolução após o transplante, sintomatologia, imunossupressão utilizada, número de rejeições, dados ecocardiográficos e parâmetros hemodinâmicos. Os grupos foram divididos em pacientes com rejeição e pacientes sem rejeição. RESULTADOS: Foram analisadas 50 amostras consecutivas de 33 crianças, durante período de 17 meses. A idade mediana foi de 10,1 anos, com predomínio do sexo feminino (54%) e da cor branca (85%). No momento da dosagem de BNP o tempo médio pós-transplante foi 4,3 anos. A biópsia endomiocárdica diagnosticou nove rejeições em oito pacientes (27%), sendo três com grau 3 A, cinco com grau 2 e um com rejeição humoral. No momento da biópsia, a maioria dos pacientes encontrava-se assintomática. O nível sérico de BNP teve mediana de 77,2 pg/ml, sendo 144,2 pg/ml no grupo com rejeição e 62,5 pg/ml no grupo sem rejeição, com p = 0,02. Análise de curva ROC mostra que níveis sangüíneos de BNP maiores que 38 pg/ml apresentam sensibilidade de 100% e especificidade de 56% na detecção de rejeição cardíaca. Os níveis de BNP foram maiores que 100 pg/ml nos pacientes com doença coronariana, com mediana de 167,5 pg/ml, em relação à 15 mediana de 40,5 pg/ml dos pacientes que não apresentaram doença coronariana. A curva ROC mostra ponto de corte de 90 pg/ml como ideal para diagnóstico de doença coronariana, com p = 0,01. Os parâmetros hemodinâmicos não foram diferentes entre os grupos com rejeição e sem rejeição. A sensibilidade do ecocardiograma para detecção de rejeição foi de 44% e especificidade de 90%, com p= 0,02. CONCLUSÕES: Pacientes podem apresentar-se assintomáticos durante episódio de rejeição aguda. O nível sérico de BNP apresentou diferença estatisticamente significante no grupo com rejeição, podendo ser método adicional no diagnóstico de rejeição cardíaca. A doença coronariana esteve associada com níveis elevados de BNP, independente da presença de rejeição aguda. O ecocardiograma mostrou baixa sensibilidade para o diagnóstico de rejeição cardíaca, mas alta especificidade. A avaliação dos parâmetros hemodinâmicos não apresentou neste estudo correlação com os resultados de biópsia.