Análise da distribuição de Opportunity to Learn em matemática na educação brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Ariane Faria dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-31102017-104433/
Resumo: Esta Dissertação tem por objetivo realizar estudo empírico que possibilite compreender a distribuição das oportunidades de aprendizagem para alunos do 5º e 9º do Ensino Fundamental de diferentes grupos socioeconômico, étnico-raciais e residentes em distintos estados brasileiros. O referencial teórico da pesquisa está alicerçado i) no conceito de Opportunity to Learn (OTL) e ii) na discussão do papel dos fatores extra e intraescolares no aprendizado dos alunos. Dessa análise, concluiu-se que os fatores que mais influenciam a aprendizagem dos alunos são i) características observáveis dos professores; ii) professores preocupados com um ambiente de aprendizagem; iii) professores com altas expectativas e iv) gestão de sala de aula e abordagem pedagógica na disciplina de matemática que promovam a aprendizagem profunda nos alunos. Portanto, com base na importância nestes fatores de OTL, este trabalho utiliza os dados do SAEB 2015 e desenvolve dois modelos: i) regressão multivariada, para entender a correlação dos fatores de OTL e a proficiência dos alunos no SAEB 2015 e ii) modelo logit, para calcular a probabilidade dos alunos do 5º e 9º anos de diferentes grupos socioeconômicos, étnico-raciais e estados brasileiros terem acesso à oportunidade de aprender matemática. Os resultados da regressão multivariada apontam que, controlando as características pessoais dos alunos, há uma correlação positiva entre os fatores de OTL e a proficiência em matemática tanto no 5º EF quanto para o 9º EF. Além disso, dentre todos os fatores de OTL analisados, a magnitude do coeficiente é maior no caso de professores que cumprem mais de 80% do currículo e professores que acreditam que quase todos os alunos irão entrar na universidade. Os resultados do modelo logit para cada fator de OTL analisado mostram desafios diferentes para a educação brasileira. Os fatores da categoria características observáveis do professor não são um grande desafio, pois ou a probabilidade de acesso é alta para todos os subgrupos de alunos ou quando a probabilidade não é tão alta, praticamente não existe desigualdade entre os níveis socioeconômicos e os grupos étnico-raciais. Já os fatores da categoria professores com alta expectativa são um desafio tanto em termos de aumento da probabilidade de acesso quanto de diminuição da desigualdade. Na categoria professores comprometidos com um ambiente de aprendizagem é preciso diminuir as desigualdades entre os subgrupos de estudantes e aumentar a probabilidade de acesso para todas as subpopulações, mesmo as mais privilegiadas. Por fim, na categoria gestão de sala de aula e abordagem pedagógica na disciplina de matemática é necessário aumentar a probabilidade de acesso a fatores que aumentam as OTL e diminuir a probabilidade de acesso a fatores que diminuem as OTL para todos os níveis socioeconômicos, inclusive para os alunos mais privilegiados. Portanto, é essencial investir em políticas educacionais que foquem suas ações nos de fatores de OTL, principalemente, os diretamente relacionados a sala de aula, a fim de aumentar as oportunidades de aprendizagem dos alunos brasileiros e reduzir as desigualdades existentes entre as subpopulações de estudantes.