Vias de sinalização desencadeadas pela ativação da TrkA de Heterocephalus glaber pelo fator de crescimento neural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Roldão, Allan Pradelli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
NGF
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/46/46131/tde-08112021-110241/
Resumo: A nocicepção é caracterizada pela sensação de dor aguda captada por neurônios periféricos (nociceptores) perante um estímulo nocivo (térmico ou mecânico). Nociceptores são neurônios capazes de sensibilizar a dor em indivíduos através de cascatas de sinalização desencadeadas por diversos fatores, incluindo-se o fator de crescimento neural (NGF - nerve growth factor) frente um contexto de injúria ou inflamação. O NGF é um fator neurotrófico que auxilia na manutenção de neurônios, ligando-se ao seu receptor de alta afinidade, tropomyosin-related kinase A (TrkA), um receptor acoplado a uma tirosina quinase. Essa interação ativa vias de sinalização relacionadas à sobrevivência e prevenção da apoptose, concomitantemente à sensibilização de vias de dor através da ativação de um canal de cátions (transient receptor potential vaniloid 1 - TRPV1), relacionado à percepção de dor causada por calor ou por capsaicina (composto ativo de pimentas). Finalmente, ocorre a sensibilização dos nociceptores a partir de um potencial de ação gerado pela ativação de TRPV1, que permite o influxo de cátions e despolariza o nociceptor. O rato toupeira pelado - naked mole rat (NMR) é um roedor africano que possui características fisiológicas a serem estudadas que o levam a condições intrigantes, como extrema longevidade, resistência a câncer e insensibilidade à dor. Estudos recentes indicam uma menor atividade da TrkA de NMR. Essa baixa eficiência afeta diretamente a via da dor, à medida que a fosforilação de proteínas da via da TrkA fica comprometida pela baixa taxa de ativação pela auto-fosforilação do receptor e disposição reduzida de sítios de ancoragem de proteínas substratos (que surgem devido a essa ativação). É fundamental compreender que mutações presentes na TrkA do NMR afetaria as diferentes vias de sinalização da dor que contribuiriam para a insensibilidade à dor desse organismo. No total apenas quatro resíduos presentes no domínio quinase da TrkA de NMR são diferentes da TrkA de rato ou humana sendo que dois desses resíduos estão presentes apenas na TrkA do NMR. No presente trabalho, através de mutagênese sítio dirigida substituindo resíduos da TrkA de rato por resíduos da TrkA do NMR e avaliando a ativação das principais vias de sinalização ativadas pela TrkA, pudemos simular o efeito dos resíduos de aminoácidos presentes no NMR inseridos na TrkA de rato (totalmente funcional). Analisando a fosforilação de diferentes tirosinas auto-fosforiladas pela TrkA pudemos concluir que as mutações analisadas isoladamente (Leu775Cys e Lys728Gln) não tiveram a sua fosforilação diminuída de forma significante o que nos levou a analisar a ativação de uma das proteínas alvo da TrkA - PLCy, que teve a sua fosforilação diminuída. Essa investigação poderá servir de base para avaliar as vias essenciais mediadas pela TrkA que levam à dor auxiliando a identificação de novos alvos e o desenvolvimento de drug leads num contexto de busca para novos terapêuticos que substituam fármacos analgésicos não opioides.