Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Jorge, Liziane de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/tde-15062012-162419/
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Resumo: |
A arquitetura residencial coletiva, representada pelos edifícios multifamiliares voltados para as massas que habitam as áreas urbanas, é o maior protagonista da arquitetura cotidiana, desde o início do século XX, período que desenvolveu, propagou e consolidou o repertório formal, normativo e estético dessa célebre tipologia. As motivações que impulsionaram o desenvolvimento dessa nova forma de moradia coincidiram com uma enorme carência social e com a emergência por alojamentos, fato que assolou grande parte da população migrante que chegava às cidades, somadas às consequências das Grandes Guerras na Europa. A esses indivíduos, desorientados, restaram absorver as imposições da habitação coletiva - rígida, padronizada e uniforme - oferecida, muitas vezes, sob a égide do estado socialista, preocupado prioritariamente com aspectos quantitativos, dimensionais e higiênicos. Essa conjuntura moderna é escrutinada ao início do trabalho, bem como o papel da escola Vkutemas e do taylorismo como agentes de transformação da arte, da cultura e da sociedade do século XX. Apesar das incontestáveis contribuições à racionalização e à ciência da edificação, após um século, acredita-se que as mesmas regras, essencialmente modernas e universalizantes, ainda dominem a produção imobiliária atual: repetição idêntica de apartamentos tipo, preceitos funcionalistas, exigências mínimas relativas à habitabilidade, normas dimensionais padronizadas. Esses critérios, álibis perfeitos para uma arquitetura direcionada a usuários desconhecidos, disseminam, ainda hoje, modelos de caráter universal, reforçados por estratégias mercadológicas que homogeneízam o comportamento e pouco favorecem o uso diversificado do espaço da habitação, condição indispensável ao sujeito contemporâneo, ao estilo de vida plural das novas estruturas familiares, às rápidas transformações sociais, tecnológicas e culturais do mundo contemporâneo. Com o propósito de devolver ao morador tipificado um espaço doméstico de manifestação espontânea, imprevisível e natural, adequado às novas formas de vida, o trabalho investiga, ao longo do século XX, mecanismos de flexibilidade arquitetônica capazes de promover a adaptabilidade, a transformação e a particularização do espaço residencial, preceitos indispensáveis à satisfação do usuário e às diferentes necessidades ao longo do seu ciclo familiar. A sistematização de um amplo instrumental de flexibilidade é o produto primordial deste trabalho, capaz de nortear a concepção de novo projetos e a adequação de estruturas preexistentes, no intuito de promover, a partir da modificação de usos e da redefinição programática, novas respostas para o bem-estar físico e emocional dos usuários. |