Análise das condições do uso de medicamentos por idosos atendidos em ambulatório de hospital universitário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Volpe, Crís Renata Grou
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-29022008-110214/
Resumo: O envelhecimento é inevitável, a população brasileira está envelhecendo, fazendo necessário um sistema que direcione as questões que surgem com esta situação. O presente estudo, uma investigação epidemiológica descritiva, inquérito prospectivo, teve como objetivo estudar as condições do uso de medicamentos em pacientes,com idade igual ou superior a 60 anos, atendidos em ambulatório de um hospital universi tário de Ribeirão Preto-SP, bem como avaliar a adesão desses pacientes ao tratamento farmacológico. Foram entre vistados 127 pacientes que utilizavam medicamento domiciliar do ambulatório de geriatria do referido hospital, aleato riamente, 79,5% pertenciam ao sexo feminino, com idade média de 75,37 anos e 32,3% analfabetos. Houve predo minância dos casados com 45,7% e viúvos 45,7% e aposentados 69,3%, com predominância também da baixa renda familiar 39,3%, renda de 2 salários mínimos. O grupo estudado fazia uso em média de 6,5 medicamen tos por dia, a maioria dos pacientes adquiriam seus medicamentos no posto e complementavam com a farmácia. Os pacientes tinham, em média, 6,6 diagnós ticos por cada um, demonstrando a complexidade dos entrevistados. O Teste Morisky e Green foi utilizado para mensurar a adesão individual ao trata mento farmacológico, sendo que do total de 127 entrevistados, 55 % esqueciam de tomar seus medicamentos, enquanto 36 % se descuidavam do horário, 81 % não tomam quando se sentiam bem e ainda, 64,6 % deixavam de tomar, caso os medicamentos faziam mal. Quando utilizado o Critério 1, obtivemos uma adesão de 47%, e ao Critério 2, uma adesão de 22%. Foram consideradas as atividades de vida diária (AVD), avaliadas pela aplicação da Escala de Barthel de AVD, sendo que 91,3% apresentam grau leve de dependência, a Escala de depressão geriátrica (EDG) foi aplicada nos pacientes e os índices de depressão encontrados na população estudada foram um quanto preocupan tes, 60% dos pacientes tinham sintomas depressivos, dos quais 24% apresenta vam sintomas de depressão grave. Quanto aos resultados do Mini Exame do Estado Mental (MEEM), 63% dos pacien tes estavam com alterações cognitivas significantes. Foi possível relacionar os índices de adesão com os resultados obtidos na EDG, MEEM e Barthel, e concluiu-se que, enquanto mais presente os sintomas de depressão e as alterações cognitivas menor a ade são, bem como quanto maior a indepen dência, avaliada pela escala de AVD de Barthel, maior a adesão. O proces samento dos dados foi efetuado pelo programa EXCEL e SAS. Os dados apresentados evidenciam que a adesão ao tratamento farmacológico é um padrão de comportamento individual, que reflete nas crenças, medos, danos causados pela doença e vantagens do tratamento farmacológico. Também se identificou necessidade de estratégias que visem racionalizar o uso de medicamentos em idosos para melho ria de sua qualidade de vida.