Sobre mapas e artesanatos: estudos de recepção, etnografia digital e ficção televisiva na era transmídia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Andreza Patricia Almeida dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27164/tde-19092023-135337/
Resumo: Esta pesquisa, de caráter epistemológico, buscou contribuir para o aprofundamento do debate teórico e metodológico que tem caracterizado a investigação da ficção televisiva no contexto da convergência das mídias e da transmidiação (JENKINS, 2008). Diante a atual agenda metodológica (LOPES, 2011) que se forma em torno de tais estudos marcados por profundas mudanças nos modos de produção, distribuição e consumo tivemos como objetivo geral oferecer uma proposta teórico-metodológica que contemple estudos de recepção em ficção televisiva feitos na internet, o que se fez a partir do diálogo entre a Comunicação e a Antropologia. Dessa forma, dois foram nossos objetivos específicos: (1) desenvolver os mapas barberianos como uma moldura capaz de contemplar estudos de recepção feitos na internet; (2) compreender em que medida a Antropologia pode em termos de epistemologia e metodologia iluminar novos caminhos para a pesquisa em Comunicação. Para dar conta de tais questões, dividimos a pesquisa em três partes que, juntas, compõem nosso artesanato intelectual (WRIGHT MILLS, 1969), construído a partir de leituras, rascunhos, projetos e matutações pessoais e acadêmicas. Em um primeiro momento, com vistas a conhecer melhor o campo, oferecemos um mapa geral das questões que atualmente perpassam a ficção televisiva tanto no que diz respeito a conceitos e novos ambientes de pesquisa, quanto no que toca aos atuais desafios dos estudos de recepção, cada vez mais marcados pelo embaralhamento dos limites que separam emissão e recepção (JACKS, 2015). Uma vez apresentado esse panorama geral, passamos ao delinamento do arcabouço teóricometodológico que conforma nossa proposta. Ali, apresentamos a Teoria Barberiana da Comunicação (LOPES, 2018) como moldura teórica da pesquisa e a cartografia como estratégia teórico-metodológica adotada. Além disso, discorremos sobre o desenho de nossa proposta, tecida a partir do diálogo entre a obra de Jesús Martín-Barbero e a Antropologia Digital (HORST & MILLER, 2012). Por fim, na terceira e última parte, buscamos oferecer um mapa possível de exploração da internet como campo etnográfico para pesquisas empíricas. Esse esforço foi desmembrado em seis capítulos que, juntos, trazem debates teórico-metodológicos capazes de contemplar estudos de recepção. Tendo como pano de fundo um cenário globalizado, que ilumina cada vez mais a centralidade das tecnicidades e aponta, entre outras questões, para novas ritualidades das audiências nas redes, buscamos pensar desafios e práticas de pesquisas dialógicas e intersubjetivas, que não apenas considerem as especificidades dos estudos online, mas também estabeleçam uma relação intersubjetiva (FABIAN, 2013) com os sujeitos estudados o que necessariamente passa por uma perspectiva temporal. Nesse percurso, o diálogo com a Antropologia Digital e seus princípios que discutem o digital, questionam a suposta falsa autenticidade das redes, e buscam refletir questões de método e de relativismo cultural mostrou-se um exercício valioso e um ponto de encontro fértil com a obra de Jesús Martín-Barbero.