Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Luiz Fernando |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-05012018-113610/
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Resumo: |
O objetivo deste trabalho é ampliar o conhecimento translinguístico sobre a categoria modo estudando-a em uma língua indígena brasileira. A motivação deste estudo se dá principalmente porque pouco se sabe a respeito dessa categoria em línguas não pertencentes ao tronco indo-europeu (Palmer, 2001). O objeto de estudo desta pesquisa é a língua Karitiana (família Tupi, subfamília Arikém) e o corpus analisado é formado por dados provenientes dos mitos e narrativas dessa língua e de dados coletados pelo autor da pesquisa com falantes nativos. A metodologia de coleta de dados foi a elicitação contextualizada defendida por Matthewson (2004) e Mendes (2014). Modo em Karitiana foi primeiramente analisado por Storto (2002). A autora afirma que a língua possui um sistema de modo bastante desenvolvido, porém, ainda pouco compreendido. Para ela, essa língua possui seis morfemas de modo: na(ka)-/ta(ka)- (declarativo), pyt- (assertivo), pyn- (deôntico), iri- (citativo), jy- (condicional) e a/-/-y (imperativo). Esses morfemas ocorrem entre o morfema de pessoa e a raiz verbal como observado em yn a-taka-hit-ø kat (glosa: eu 2p-dec-dar-nfut isso, tradução: eu te dei isso (Storto, 1999)). Nessa primeira análise, Storto (com. pess.) classifica esses morfemas como modo porque, segundo ela, eles marcam diferentes tipos de sentença na língua. A semântica e a pragmática formal foram utilizadas como embasamento teórico da pesquisa. Alguns trabalhos assumem que modo é um morfema que marca modalidade (Bybee, 1985; Palmer, 1986). Para a semântica formal modalidade é uma categoria do significado que está relacionada à expressão de necessidades e possibilidades (Kratzer, 1981; von Fintel, 2006; Hacquard, 2011). Outros trabalhos consideram que modo é um morfema que marca tipos de sentença. Na pragmática tipos sentenciais estão relacionados à força ilocucionária da sentença (Saeed, 2009; Portner, 2011). Seguindo a terminologia de Portner (2011), esta dissertação se refere aos morfemas de modo que estiverem relacionados à expressão de modalidade como modo verbal e os morfemas de modo que estiverem relacionados ao tipo sentencial são chamados modos sentenciais. A análise dos morfemas do Karitiana classificados como modo mostrou que essa língua possui dois lugares na estrutura morfossintática do verbo para marcar a categoria \'modo\' e não apenas um como assumido anteriormente como ilustrado por a-ta-jy-hit-ø celula-ty (glosa: 2p-dec-con-dar-nfut celular-obl tradução: eu te daria um celular). Esta pesquisa assume que cada posição marca um tipo específico de modo: os morfemas que ocorrem na primeira posição (e.g. na(ka)-/ta(ka)-) marcam tipos sentenciais, ou seja, são modos sentenciais e os morfemas que ocorrem na segunda posição (e.g. pyn- e jy-) marcam modalidade, ou seja, são modos verbais. Modos verbais e modos sentenciais podem coocorrer o que é uma evidência da existência de duas posições. O estudo da categoria modo em Karitiana possibilitou um melhor entendimento dessa categoria translinguisticamente. Segundo Sadock & Zwicky (1985) morfemas de modo não coocorrem e esta dissertação mostra que eles podem ocorrer se não estiverem ambos relacionados a força ilocucionária ou modalidade. |