Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Mathias, Maria Cristina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-20082013-160310/
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Resumo: |
O objetivo deste estudo é compreender os elementos de ordem psíquica envolvidos nos processos de tomada de decisão. Para tanto, foram percorridos dois caminhos. De um lado, realizou-se uma pesquisa teórica sobre o tema visando colher material suficiente para uma definição conceitual e operacional em diferentes áreas, de modo a contemplar a universalidade dos processos de decisão, em sua dimensão objetiva e subjetiva. De outro, foram feitas entrevistas com juízes em início de carreira, vinculados ao Tribunal de Justiça de São Paulo. A partir das experiências relatadas pelos magistrados procedeu-se à análise de discurso tomando como base o método psicanalítico. Ponderou-se que na prática judicante a decisão é um elemento fundamental, cotidiano e determinante para as ações judiciais em curso e a realidade dos magistrados se mostra profícua para a abordagem dos problemas de decisão e das razões pelas quais uma decisão se vê tolhida por impedimentos, adiamentos ou precipitações. Este levantamento permitiu a elaboração de um modelo lógico e descritivo para o entendimento dos processos decisórios, inspirado na metapsicologia psicanalítica, o qual se mostrou útil para a leitura e interpretação das narrativas apresentadas pelos juízes ingressantes e para a compreensão do que se definiu por psicopatologia da decisão, ou seja, o exagero ou a anulação das etapas que compõem o trabalho de decisão; a suspensão, o retardamento ou a aceleração dos tempos da decisão; e a presença (ou ausência) de angústia excessivamente pregnante ou recorrente na passagem de uma fase a outra durante o curso da decisão. Com o fundamento nas concepções freudianas sobre a formação de juízos e sobre a angústia, de um lado, e na teoria de Lacan sobre o tempo lógico e sua relação com o ato e a angústia, de outro, considerou-se que as irrupções patológicas da subjetividade num processo de decisão são efeito do atravessamento dos mecanismos inconscientes no decorrer do trabalho de decisão, sendo, por isso, expressão da divisão do sujeito da decisão. Desse modo, caracterizaram-se como patológicas as maneiras estereotipadas, exageradas ou diminuídas dos processos de solução ou de destino, ainda que parcial ou circunstancial a esta divisão, evocada pelo processo judicativo. A análise do material obtido nas entrevistas levou à conclusão de que o caminho para uma boa decisão não se limita à pura racionalidade de quem decide e à análise objetiva dos dados que compõem a situação a ser resolvida. Portanto, não pode haver uma separação entre os processos formais, abstratos e puramente cognitivos de formação de juízos e os processos particulares e circunstancias dos conteúdos psíquicos do julgador nos quais estes se apresentam |