Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Veronese, Lilian Aracy Affonso |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-20042017-152849/
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Resumo: |
Muitas análises críticas na área da Psicologia foram produzidas fortalecendo o entendimento de que os conflitos que aparecem na escola são expressões de uma lógica historicamente estabelecida e os problemas que envolvem os processos de escolarização não são manifestações causadas pelos aspectos individuais dos sujeitos cognição, personalidade e comportamento. Esta pesquisa se localiza no bojo destas críticas desde uma perspectiva teórica que se dedica a pensar as lógicas institucionais que atravessam as organizações e a vivência no cotidiano da escola. A que serve o saber psi neste contexto? Como seria possível desempenhar uma prática que não corrobore os efeitos de naturalização, padronização e individualização que atingem os sujeitos e as relações escolares? Tais questões conduzem esta pesquisa em direção a aspectos que implicam a presença do psicólogo na escola, considerando a dimensão social e também a escolar como uma tessitura regida por lógicas historicamente estabelecidas, em que a relação entre a Psicologia e a escola é tomada a partir da análise dos efeitos produzidos pela atuação do psicólogo neste território ao longo do tempo. Recorre-se à compreensão histórica da escola e, portanto, a um modo de olhar, analisar e dizer dela. Com isso em vista, buscam-se articulações que permitam pensar a escola a partir da ideia de forças em constante disputa. Tal viés reflexivo é também sustentado pela corrente institucionalista e pela Análise Institucional que procuram tensionar a hierarquia de saberes, bem como os modos instituídos de vida que invadem as relações entre os sujeitos. Baseada nesta abordagem, esta dissertação sustenta a posição de que a escola é um campo em que as forças instituídas e instituintes se apresentam cotidianamente, possibilitando diferentes criações e invenções, afirmando potencialidades, e fazendo da intervenção um ato eminentemente político. Valendo-se de alguns conceitos como instituição, instituído, instituinte, acontecimento, analisador e implicação, apresentados e aprofundados a partir de eventos concretos da história e do surgimento da Análise Institucional, nos quais sua potência disruptiva é evidenciada, a presente pesquisa destaca a potência do cotidiano como campo propício de luta, de ruptura e de enfrentamento de imperativos. A escrita operada nas narrativas tem por objetivo iluminar as pequenas-grandes recusas atuadas por crianças que, do ponto de vista da norma, são inadequadas. Os elementos que constituem as narrativas apresentadas visaram problematizar e destacar a vertente instituinte, tensionando os saberes que se antecipam e os fazeres pautados nas relações cristalizadas, subvertendo a ideia de cotidiano como repetição, planejamento e permanência. É a partir desta problematização e, também, da análise da implicação que a função do psicólogo no território escolar é entendida. Sendo assim, esta pesquisa sustenta a prática do psicólogo na escola a partir da possibilidade de habitar o campo colocando-se como parte produtora de efeitos que podem atualizar as lógicas institucionais. Tal condição, portanto, convoca um posicionamento político do fazer psi no contexto escolar |