O uso de derivativos para hedge reduz o custo da dívida das empresas brasileiras de capital aberto?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Magnani, Vinícius Medeiros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96133/tde-24092021-181515/
Resumo: De acordo com a literatura de hedge, a utilização de instrumentos financeiros derivativos com objetivo de proteção pode reduzir custos de falência, custos de agência (problemas de subinvestimento e substituição de risco de ativos) e assimetria informacional nas organizações. A literatura aborda esses problemas como direcionadores de precificação do custo de capital ofertado pelos credores, portanto ao minimizá-los por meio de uma política de hedge ativa, a companhia deveria obter recursos dos credores a um custo de capital menor. Neste sentido, o presente trabalho examinou se as empresas que engajam em políticas de hedge corporativo reduzem o seu custo com capital de terceiros. Para isso o trabalho utilizou a abordagem de dados em painéis, a partir de dados de empresas brasileiras com capital aberto entre os anos de 2010 a 2019. Além de utilizar a variável proxy despesas financeiras líquidas sobre passivo médio oneroso para custo com capital de terceiros, o trabalho analisou outras variáveis, dentre elas: (i) o spread médio da taxa de juros de emissão ponderada dos títulos privados emitidos pela organização, (ii) o spread médio da taxa de juros de negociação, no mercado secundário, ponderada dos títulos privados, (iii) o spread médio ponderado dos empréstimos e financiamentos provindos do BNDES e (iv) o spread médio da taxa de juros calculado pelo custo setorial fornecido pelo Instituto Assaf© acrescido de um prêmio pelo grau de alavancagem da empresa em relação ao seu setor. Para fornecer robustez as estimações de dados em painel e com objetivo de mitigar problemas de endogeneidade como omissão de variável relevante, endogeneidade dinâmica e causalidade reversa, foram adotados o método de variável instrumental, o método de equações simultâneas e o método de painel dinâmico estimado pelo método dos momentos generalizados. Os resultados encontrados demonstraram que a utilização do hedge possui efeito negativo sobre o custo de negociação das debêntures e sobre a variável calculada a partir do custo setorial. A respeito do nível de fontes subsidiadas e sua utilização conjunta com a política de hedge sobre os diferentes custos de capital de terceiros, não foram obtidas relações estatisticamente significantes. Ainda, foi analisado o efeito da iniciação e suspensão da política de hedge sobre os diferentes custos de dívidas propostos. Empresas que iniciaram a política de hedge não tiveram efeito sobre o custo das dívidas, diferente das empresas que suspenderam a estratégia, pois incorreram em custos maiores ao longo do tempo. Essas evidências sugerem que o hedge é uma política mandatória nas decisões financeiras corporativas modernas, principalmente para empresas com operações em países com altas fricções de mercado e decidir suspendê-la pode acarretar no aumento do custo das dívidas. A importância do trabalho encontra-se no efeito que a utilização do hedge tem sobre os diferentes custos de dívidas das companhias, e a relação concomitante que o custo de capital tem sobre o valor das firmas. Sendo assim, a relação é importante na visão dos credores visando a redução do risco para pagamento dos fluxos de caixa dos empréstimos e na visão dos acionistas visando a maximização do valor da firma.