Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1999 |
Autor(a) principal: |
Gonzalez, Bernardo Celso de Rezende |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20210104-200523/
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Resumo: |
O cenário prevalecente na agricultura brasileira na década de 70 era de crédito abundante e subsidiado. Na década de 80, com a crise fiscal, essa realidade se alterou substancialmente. O crédito tomou-se escasso e com taxas positivas de juros, forçando os agentes do agribusiness a buscar alternativas que propiciassem o financiamento privado das safras. É assim que surge, em 1994, a Cédula de Produto Rural (CPR), cambial que permite aos produtores rurais vender a termo sua produção, recebendo de imediato o respectivo valor e se comprometendo a entregar o produto na quantidade, qualidade e no local e data estipulados no título embora surgido como alternativa de financiamento, a CPR transcende esse papel: serve como instrumento de hedging; permite a fixação de uma dada rentabilidade ao fixar receitas e custos; permite o escoamento da produção e, sobretudo, propicia que as operações de plantio e tratos culturais sejam feitas de forma adequada, assegurando (abstraídas as condições bioclimáticas) um volume normal de produção. Dada a incipiência da CPR, este trabalho teve o caráter de servir como estudo exploratório. Buscou, no campo teórico, caracterizar seus ambientes contratual e operacional, situando-a no contexto dos contratos a termo, evidenciando algumas de suas interações com os derivativos agropecuários. Adicionalmente, através de amostragem aleatória estratificada, pesquisou-se a opinião dos cafeicultores que realizaram vendas através de CPR nas safras 96/97 e 97/98. Os principais resultados mostraram: baixa utilização dos instrumentos derivativos; que a falta de recursos foi a principal causa de procura pelo título; que, num cenário de crédito rural abundante, os produtores continuariam a utilizar a CPR; que a maioria teve o sentimento de que ganharam dinheiro, sendo que a quase totalidade dos produtores sentiu-se entre satisfeitos e muito satisfeitos com a transação. Buscou-se, ainda, a avaliação da CPR enquanto instrumento de financiamento e hedging. No primeiro caso, comparou-se o custo financeiro para o produtor com as taxas CDI-over e de capital de giro. Como a taxa over é uma taxa de captação, considera-se um bom resultado quando o custo dos recursos dela se aproxima. No entanto, das 38 observações, apenas 5 (13,2%) situaram-se nesse patamar. Nas demais, 24 (63,2%) situaram-se em níveis inferiores à taxa de capital de giro ( cerca de 28% abaixo), enquanto o restante a ultrapassou. Com relação ao hedging, um ajuste teve que ser feito: atualizou-se o preço da CPR para o seu vencimento, com 90% da taxa over numa primeira alternativa, e com a taxa de remuneração da poupança, em outra. Realizado esse ajuste, percebeu-se que no primeiro caso o hedging por CPR, comparado com os contratos futuros, teria sido favorável em 68,4% das oportunidades, enquanto, para o segundo, esse percentual atingiu apenas 36,8%. Em outras palavras, admitindo-se a taxa de poupança na atualização do preço, a vantagem se transfere para os contratos futuros. Por último, considerou-se a possibilidade de o produtor, vendido em CPR, poder se apropriar de eventuais aumentos de preços, pela aquisição de opções de compra. Se considerado o preço da CPR ajustado por 90% da taxa CDI-over, das 38 observações, a possibilidade de renda adicional ocorreu em 20 oportunidades (52,6%), sendo que em 4 dessas oportunidades o ganho teria sido residual, enquanto nas demais houve possibilidade de ganhos expressivos. |