O conflito trabalho-não trabalho e sua relação com os sucessos objetivo e subjetivo na carreira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Érica Custódia de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-21062017-085435/
Resumo: O aumento do número de mulheres no mercado de trabalho, dos casais em que ambos trabalham enquanto mantêm uma vida familiar conjunta e dos novos arranjos familiares têm provocado uma lacuna nos estudos sobre as relações entre trabalho e não trabalho, já que esses estudos concentravam-se há três décadas na família como sinônimo de não trabalho. E essas relações ocorrem em um momento de destaque para a dimensão subjetiva na Gestão de Carreira: não apenas o sucesso socialmente visível (objetivo) é desejado pelos indivíduos, mas principalmente aquele que atende a seus desejos mais intrínsecos (subjetivo). Nesse contexto, esta tese tem como objetivo geral investigar o conflito trabalho-não trabalho (CTNT) e sua relação com os sucessos objetivo e subjetivo na carreira. Para atender a esse objetivo, cinco outros, específicos, foram elaborados, versando sobre: a) a alocação de tempo nas dimensões do não trabalho; b) a validação do construto multidimensional atual de conflito trabalho-não trabalho para uma amostra brasileira; c) as dimensões mais afetadas no conflito trabalho-não trabalho; d) a variação da alocação de tempo declarada, dos níveis de conflito trabalho-não trabalho e dos sucessos objetivo e subjetivo na carreira de acordo com características demográficas; e) a associação entre o conflito trabalho-não trabalho e os sucessos objetivo e subjetivo na carreira. O estudo foi quantitativo, descritivo e correlacional, e a coleta de dados foi realizada por meio de uma survey autoadministrada eletrônica, que teve como base a escala de conflito trabalho-não trabalho validada nos Estados Unidos. A amostra não probabilística e por conveniência foi formada por 338 profissionais que trabalham no Brasil atualmente. Fez-se uso de técnicas de estatística descritiva, análise fatorial confirmatória e análise de variância (teste t e ANOVA) na análise dos dados. Três resultados se destacam: 1) a amostra percebe conflito do trabalho com oito dimensões do não trabalho - saúde, família, gestão da casa, amizades, educação, relacionamento romântico, envolvimento com a comunidade e lazer - originado tanto pelo tempo que o trabalho consome como pela tensão gerada por ele; 2) o lazer mostra-se como dimensão-chave do não trabalho, pois alocar mais tempo a essa dimensão está associado a menor conflito entre trabalho e as oito dimensões do não trabalho; 3) para as mulheres, as diferenças em relação aos homens são maiores para a origem tensão e para dimensões mais coletivas, como família, envolvimento com a comunidade e amizades - elas estão mais tensas e sentem-se mais pressionadas a atender ao coletivo, possivelmente em detrimento de prioridades mais individuais. Destacam-se também, como variáveis relacionadas a maiores níveis de conflito, o sexo feminino, o estado civil casado somente para as mulheres, e a ausência de filhos também apenas para as mulheres. Como último destaque, há indícios de que a relação entre fatores do CTNT e o sucesso objetivo seja quadrática, a principal hipótese a ser verificada em estudos futuros.