Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Felix, Mariana Bergsten Mendes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-17052024-143014/
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Resumo: |
As abordagens de carreiras contemporâneas preconizam o protagonismo do indivíduo e o sucesso subjetivo; contudo, é preciso considerar o contexto em que as carreiras são vivenciadas. Entender como o sucesso é percebido em diferentes ocupações aparece como lacuna da literatura. O contexto orquestral, escolhido para esta pesquisa, apresenta desafios como diminuição de subsídios públicos e barreiras enfrentadas pelos músicos para expressar sua individualidade artística. Diante deste cenário, o primeiro objetivo foi investigar e analisar o sucesso subjetivo dos músicos de orquestra, utilizando um método misto. A amostra da fase quantitativa foi não probabilística e por conveniência, com 164 músicos de orquestra de 13 estados brasileiros, utilizando a escala The Dual Aspect Importance & Achievement Career Success Scale (DAIA-CSS). Após a análise fatorial confirmatória, foram examinadas as sete dimensões de sucesso subjetivo, que apresentaram a seguinte ordem de importância: segurança financeira, equilíbrio trabalho-vida, aprendizagem e desenvolvimento, impacto positivo, relações de trabalho positivas, sucesso financeiro e empreendedorismo. A pesquisa identificou uma ênfase na importância da aprendizagem contínua ao longo da carreira, enquanto a dimensão do sucesso financeiro, apesar de sua posição relativamente baixa em importância, gerou insatisfação por não oferecer recompensas proporcionais ao esforço. A análise de perfis latentes categorizou os respondentes em cinco perfis distintos de distribuição de sucesso subjetivo idealizado e realizado. Na fase qualitativa, as entrevistas com dez representantes dos diferentes perfis destacaram seu amor pela música, paixão pela orquestra, prazer de tocar, emoção de tocar para o público, mas também percepções de encolhimento do mercado musical, de carga de trabalho excessiva, de falta de condições adequadas, de relações rigidamente hierárquicas dentro da orquestra e de atritos com maestros, que geram insatisfação. O segundo objetivo foi avaliar se os músicos percebem a performance musical na orquestra como uma prática criativa. Os relatos demonstraram um consenso sobre a natureza criativa da performance musical, mas também clareza quanto às restrições à criatividade, impostas pela estrutura hierárquica orquestral. O terceiro objetivo foi analisar como os músicos desenvolvem atividades musicais adicionais em busca de realização. Música de câmara, atuação como solistas e docência foram mencionadas como atividades importantes, não predominantemente motivadas por ganhos financeiros. A música de câmara e a atuação como solistas foram vistas como oportunidades para desenvolvimento e aperfeiçoamento, enquanto a docência foi associada à contribuição e impacto. Constatou-se que a orquestra impõe barreiras ao desenvolvimento criativo, causando sentimentos de limitação, enquanto as atividades musicais paralelas foram descritas como fontes de realização, ajudando os músicos a retornar à orquestra com menos frustração. A falta de menções sobre propostas de mudança dentro da orquestra sugere uma percepção de um ambiente rígido e hermético, com espaços limitados para participação e influência. Os músicos, portanto, relatam características de uma carreira tradicional dentro da orquestra, mas adotam uma postura proteana fora dela, buscando ativamente oportunidades para exercer a criatividade em diferentes contextos musicais e assim, orquestrando sua carreira. |