Resumo: |
Este trabalho se compõe de duas principais frentes de investigação, abordadas por meio de duas vias metodológicas. São investigados os impactos das instituições, especialmente das instituições financeiras, sobre a distribuição de renda no Brasil e os impactos subsequentes da distribuição de renda sobre o crescimento econômico brasileiro, ambos desde a abertura econômica e financeira dos anos 90, até os dias atuais. E são utilizadas como metodologias de abordagem, uma via histórico-institucional num primeiro momento e uma via analítico-teórica, num segundo momento. As principais categorias estudadas incluem os condicionantes históricos de uma estrutura distributiva desigual, a consolidação do setor financeiro no Brasil, as relações entre este último, o Estado e a sociedade, a hipótese de uma nova classe média e a proposta de um modelo que contempla parte desses aspectos, procurando contribuir para melhor lidar com eles. Conclui-se pela existência de uma desigualdade estrutural na distribuição de renda (apesar de recentemente atenuada), pela permanência cultural de um elemento de orientação pelo status e emulação de padrões de consumo, pelos riscos significativos de uma trajetória de endividamento dos trabalhadores e pelos privilégios assegurados ao setor financeiro através de sua adequação ao conceito sociológico de \"campo\". Finalmente, constatou-se que o movimento de melhoria do salário mínimo e formalização da mão-de-obra, nos últimos anos, constitui condição necessária, mas ainda não suficiente para assegurar a sustentação do crescimento econômico com progressivo avanço na estrutura funcional de distribuição de renda no país. |
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