Feminilidade e transgressão  - uma leitura da prosa de Lúcio Cardoso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Cardoso, Elizabeth da Penha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-30082011-141246/
Resumo: O presente estudo é dedicado à interpretação da prosa de Lúcio Cardoso (1912-1968) e está norteado pela personagem feminina, devido à sua constante presença e importância nos livros do autor. Parte-se aqui da ideia de que a figura da mulher constitui a base de seu fazer artístico, como se ela fosse, a um só tempo, o enigma e a resposta. Ao menos três aspectos contribuem para esse efeito: a proliferação de personagens femininas nos títulos, a centralidade do feminino em paralelismo com a opção por uma prosa de tensão interiorizada e a feminilidade atuando no arranjo dos acontecimentos. Lúcio Cardoso elabora seus textos no bojo da insatisfação das personagens femininas, gerando transgressão; no fato de as mulheres exercerem o mal, visando à destruição do status quo; e na multiplicidade, vinculada à própria indefinição do feminino e responsável por uma ficção plena de ambiguidades e enganos. A seleção do corpus se fez com o intento de eleger um livro representativo de cada década (1930, 1940 e 1950) da produção de Lúcio. São obras que, simultaneamente, abarcam temas recorrentes e condensam o período abordado. Desse modo, Mãos vazias (1938), Inácio (1944) e Crônica da casa assassinada (1959) ocupam o primeiro plano, com análise textual aprofundada, e os outros títulos atuam na busca de constantes diálogos que os aproximem. As leituras foram sustentadas pela intersecção com a psicanálise e a história, tendo sempre em vista o benefício da interpretação do texto literário.