Entre Deleuze, Guattari e o currículo: uma cartografia conceitual (2000-2015)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Caffagni, Lou Guimarães Leão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-16012018-131235/
Resumo: Nesta tese, apresenta-se uma cartografia de conceitos, tomados de Deleuze e Guattari ou criados a partir da influência da filosofia da diferença, utilizados em ensaios, artigos e entrevistas publicados entre 2000 e 2015, para discutir o problema do currículo. Investigar-seão todos os textos publicados, nesse período, em vinte revistas acadêmicas da área da Educação, classificadas nos estratos A1 e A2 do sistema Qualis, que citam ou fazem referência a Gilles Deleuze e/ou Félix Guattari ao menos uma vez. A análise acompanha as diversas linhas de pesquisa que compõem o campo de pesquisa da filosofia da diferença no currículo. Para tanto, foi necessário abordar aspectos de diversas outras áreas relacionadas, tanto à filosofia quanto ao currículo, como a filosofia da educação, a teoria do ensino, a linguagem, a escrita acadêmica, as ciências e as artes. Por conseguinte, a investigação orientase segundo o problema do modo de produção e conexão dos conceitos apresentados com o objetivo de responder aos seguintes questionamentos: como se utilizaram os conceitos deleuze-guattarianos no campo curricular? Quais foram os conceitos inventados a partir desse encontro entre a filosofia da diferença e a educação? De que modo esses conceitos se propõem a modificar a forma de pensar, de pesquisar e de escrever na pesquisa sobre currículo? Quais são os efeitos da crítica à representação e ao sujeito no modus operandi da pesquisa? E, por fim, quais são os limites dessa crítica deleuze-guattariana ao currículo? A metodologia adotada, a cartografia conceitual, estuda as linhas de composição de um determinado campo discursivo, afetivo, social ou político. Neste estudo, a análise orienta-se pelos princípios de conexão, heterogeneidade, de singularidade e pelo caráter experimental, buscando-se expor como os diferentes conceitos e linhas de pesquisa intervêm em um conjunto de campos de problematização. A cartografia tem início com a apresentação dos principais aspectos da filosofia de Deleuze e Guattari, em especial as noções de conceito e de filosofia que condicionam a análise, segue com a exposição dos resultados quantitativos da pesquisa e com a introdução dos elementos mais importantes da crítica ao currículo influenciada pela filosofia da diferença; em seguida, mapeia-se a produção conceitual nas 9 pesquisas que relacionam currículo, cultura, território, imagem e filosofia da diferença; no quinto capítulo são apresenta das duas discussões em torno da escrita: a primeira diz respeito aos excessos da escrita acadêmica influenciada por Deleuze e Guattari e a segunda se refere ao debate em torno da literalidade e do aprendizado. Pondera-se, finalmente, que, apesar das inúmeras contribuições ao campo, a pesquisa sobre currículo e filosofia da multiplicidade possui alguns pontos frágeis, destacando-se a oposição binária que estrutura o pensamento a partir das dimensão opostas: o controle, a modernidade e a ciência, de um lado, e o rizoma, a liberdade, p pós-modernidade e a criação, do outro. Tal contraposição levará alguns autores a proporem uma educação sem prescrições, baseada na inovação e na diferença. Argumenta-se que a negação de um dos polos do acontecimento educacional não resolve bem o problema das disciplinas e do conhecimento.