Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Sá Júnior, Antônio Reis de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-02072019-155816/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Embora seja amplamente difundida a ideia de que não existem diferenças significativas entre homens e mulheres em termos dos sintomas que experimentam durante os episódios depressivos, pesquisas recentes sugerem que as diferenças sutis no perfil de sintomas podem existir e apontar para fundamentais diferenças de gênero na fisiopatologia dos estados depressivos. As mulheres são duas vezes mais propensas que os homens a sofrer de transtorno depressivo maior durante a sua vida e uma série de estudos têm indicado que as mulheres deprimidas tendem a apresentar mais sintomas depressivos \"atípicos\" e mais ansiedade e sintomas de somatização quando comparadas com os homens. Alguns dos problemas com as abordagens tradicionais para medir estas diferenças se devem às deficiências da teoria estatística subjacente dessas abordagens, como é o caso da teoria clássica dos testes (TCT). Nos últimos anos, o uso da teoria de resposta ao item (TRI) começou a substituir TCT na construção e avaliação de testes e alguns autores têm seguido com o uso de métodos baseados na TRI para estudar significativas variações clínicas individuais em vez dos métodos tradicionais baseados em escores totais. Um modelo para a TRI muitas vezes utilizado com a pontuação de itens politômicos é o modelo de resposta gradual (MRG). O MRG é adequado para a análise de escalas psicométricas com as categorias de resposta ordenadas e crescentes. O funcionamento diferencial dos itens da escala do Inventário de Depressão de Beck segunda versão (BDI-II) foi investigado, por gênero, comparando estes subgrupos de alunos MÉTODOS: Os 21 itens do BDI-II foram aplicados transversalmente em uma amostra representativa de 12.677 estudantes universitários brasileiros. A confiabilidade foi avaliada com base no coeficiente alfa de Cronbach. Os parâmetros gravidade (bi) e discriminação (a) de cada item do BDI-II foram calculados através do MRG. A influência do gênero foi testada para o funcionamento diferencial do item (DIF) dentro da abordagem baseada na TRI. RESULTADOS: O BDI-II apresentou boa confiabilidade (alfa = 0,91). As mulheres apresentaram significativamente maior probabilidade de depressão (ponto de corte > 13) do que os homens. Em geral, os participantes endossaram mais facilmente itens cognitivo-somáticos do que itens afetivos da escala. \"Sentimento de culpa\", \"ideias suicidas\" e \"perda de libido\" foram os itens que mais provavelmente indicaram maior gravidade da depressão (b3 >= 3,60). No entanto, todos os itens da BDI-II mostraram de moderada a alta discriminação (a >= 1,32) para o estado depressivo. Enquanto um item foi sinalizado como apresentando DIF, \"chorar\", com maior probabilidade das mulheres endossarem esse sintoma, o peso global desse item no escore total foi insignificante. CONCLUSÕES: Embora o gênero dos entrevistados possa apresentar influência no padrão de resposta dos sintomas depressivos, as medidas dos sintomas autorreferidos não inflacionaram os escores de gravidade. Esses achados fornecem suporte adicional à validade do uso do BDI-II para avaliar a depressão em contextos acadêmicos e destacam o valor de se considerar sintomas comuns de depressão relacionados ao sexo |