O projeto OYE (2006) e a formação de professores de espanhol no Brasil: crise, desregulação e resistência(s)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Cruz, Edilson da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-14092016-163458/
Resumo: Este trabalho tem como objetivo descrever e analisar o Projeto OYE - Espanhol para professores, programa fruto de uma parceria entre Governo do Estado de São Paulo, Banco Santander, Portal Universia e Instituto Cervantes. Seu objetivo era capacitar professores da rede estadual para ministrar aulas de espanhol, visando a implementação da lei 11.161/05, que estabelecia a oferta obrigatória desta língua estrangeira como disciplina curricular do Ensino Médio. Partimos do conceito de campo, tal qual formulado por Bourdieu, como ferramenta de análise de constituição de um espaço disciplinar do espanhol para descrever as disputas e polêmicas que envolveram o anúncio, repercussão e desdobramentos desta proposta formativa. A existência de um mercado de formação docente nos possibilitou avaliar a perspectiva de cada grupo de agentes ou instituições envolvidas no OYE, a saber: a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (SEE), as instituições espanholas (IE) e os professores das universidades estaduais e outros profissionais que se opuseram à proposta. Dessa maneira, refletimos sobre dinâmicas e políticas que envolvem o lugar das universidades no Projeto OYE enquanto instituições responsáveis pela formação docente e preteridas pela SEE na citada parceria; as estratégias das instituições espanholas visando entrar no campo educativo e participar da elaboração e execução de políticas educativas; as ações do governo estadual paulista referentes à implementação da lei 11.161/05, considerando seu papel estatal de regulação dos processos educativos; a possibilidade de pensar a formação de professores como um momento que revela tensões relativas à entrada no campo de novos agentes. A partir da seleção de diversos textos públicos (cartas abertas, manifestos, projetos pedagógicos, pareceres legais, notícias veiculadas pela imprensa etc.), exploramos as práticas textuais e sociais que permeiam o OYE, permitindo-nos refletir sobre o alcance, consequências e alternativas a um mercado de formação docente pautado no discurso de culpabilização do professor e na centralidade de sua formação como estratégia para forjar a qualidade do ensino público.