As ilusões da cor: sobre raça e assujeitamento no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Martins, Hildeberto Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-15122009-115939/
Resumo: O presente trabalho se propõe a realizar uma análise histórica que nos possibilite interrogar quais são as condições de produção e reprodução de certos modelos (idéias e práticas) sobre o que se instituiu denominar a questão racial brasileira. O objetivo deste trabalho é mapear a proliferação de uma série de discursos em torno da construção de um projeto nacional e civilizatório que teve como eixo principal a produção de um discurso racializado, ou seja, discutir de que modo certos fatores permitiram engendrar a produção de uma estranheza eficaz a partir da criação do que convencionamos chamar de elemento negro, constituindo-se como o representante mais eficaz desse espaço social destinado a demarcar um lugar de estranhamento (o outro como perigoso, anormal, diferente etc.). Utilizando como recurso analítico principal os trabalhos de Raimundo Nina Rodrigues e da Escola Baiana de Antropologia, discutimos como esse saber acadêmico possibilitou a formulação de um modelo psicofísico de explicação sobre a degeneração da raça brasileira. Mais tarde este modelo seria substituído por uma estratégia mais englobante, o que pode ser verificado pela aplicação dos conceitos de cultura ou aculturação, e mesmo pelo emprego dos modernos conceitos psicanalíticos. O nosso propósito consistiu em analisar a produção de certas práticas sociais: a constituição de uma ciência médico-psicológica; a difusão de certas opiniões a respeito do elemento negro através da imprensa e da literatura; a constituição jurídica do cidadão negro em decorrência da implementação de uma discussão política e legislativa pré e pós-abolicionista que se produziram em torno da construção de um projeto nacional e civilizatório e que tiveram como eixo principal a produção do elemento negro como personagem principal desse novo enredo: uma ortodoxia da cor. Optamos por discutir o processo de formação do Brasil e do brasileiro em finais do século XIX e início do século XX (período compreendido entre as décadas de 1870 e 1930), a partir das rupturas provocadas pelo iminente processo abolicionista.