Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Valéria Paz de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-23082007-121224/
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Resumo: |
O objetivo desta tese é mostrar como o discurso dos telejornais pode construir determinada memória social de um acontecimento, pelo entrelaçamento de vozes, imagens e designações. Para isso, partimos da análise de elementos lingüísticos, argumentativos e enunciativos desse tipo de discurso, que tem papel fundamental na mediação dos demais discursos sociais. Procuramos mostrar como os telejornais articulam as várias vozes tornadas públicas no espaço da mídia e organizam as estratégias de referenciação dos fatos num processo de construção de um mundo textual homogêneo, que se tornará material simbólico a ser captado pela memória social. Como se trata de um discurso verbo-visual, investigamos também a confluência de elementos lingüísticos e imagéticos na trama discursiva, que a nosso ver aumenta o poder de penetração na memória social pela via da memória eletrônica da televisão, que controla lembranças e esquecimentos por meio da seleção e da edição de acontecimentos, fixando-lhes determinados sentidos e construindo modos de recordação. Empreendemos o exame do discurso de telejornais mediante um estudo de caso, o episódio dos ataques aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001, tendo como base teorias da argumentação, conceitos da análise do discurso, como o de polifonia, estudos sobre os processos de referenciação, concepções a respeito da imagem e teorias da memória social. O corpus da tese é constituído pelas edições de 11 de setembro de 2001, 2002, 2003 e 2004 do Jornal Nacional e do Jornal da Record, o que possibilitou analisar a cobertura televisiva sob uma dupla perspectiva: uma dimensão sincrônica e sua extensão diacrônica. Assim pudemos avaliar as estratégias de manipulação cognitiva e afetiva pelas quais se construiu uma versão paradigmática dos fatos, com pouca reflexão sobre seu contexto ou suas implicações históricas, o que por si só pode ter resultado em significativos efeitos sobre a memória social dos eventos. A análise resultou também na observação de muitos pontos de contato entre os dois telejornais, sobretudo no que se refere aos padrões de mediação da realidade e de distribuição dos conteúdos simbólicos, marcas inequívocas da poderosa máquina televisiva, que reinventa a esfera pública ao controlar o intercâmbio de signos e ideologias e posicionar-se como testemunha de um presente perpétuo. |