O impacto do cuidado em famílias de pacientes com incapacidades e dependência em diferentes contextos de vulnerabilidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Yamashita, Cintia Hitomi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-22022021-095546/
Resumo: Introdução e justificativa: a família é um importante recurso de apoio em caso de adoecimento de um de seus membros. Entretanto, quando o cuidado é realizado no domicílio, há grande impacto no ambiente familiar, o que pode alterar a dinâmica e fortalecer ou fragilizar as relações familiares. Objetivo: avaliar o impacto do cuidado em famílias de pacientes com incapacidades e dependência em diferentes contextos de vulnerabilidade. Método: pesquisa longitudinal que utilizou dados do Estudo SABE (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento), 2010 e 2015. Os idosos incluídos no estudo foram agrupados em três categorias, de acordo com a dificuldade referida na realização de atividades básicas de vida diária (ABVD): Incidência, Piora e Permanência. Para cada contexto de vulnerabilidade social (baixa e média/alta), foi feita a análise do perfil dos idosos, condição de saúde, dificuldade na realização de ABVD, características da família, rede e apoio social, perfil dos cuidadores, dificuldades enfrentadas e aspectos positivos do cuidado. Foram feitas a análise descritiva dos dados e de regressão logística múltipla hierárquica, para cada grupo de incapacidade funcional, em cada contexto de vulnerabilidade, considerando o peso amostral. Os dados foram analisados utilizando-se o programa Stata versão 15.1 e os resultados foram considerados estatisticamente significativos quando p<0,05. Resultados: nos contexto de baixa vulnerabilidade social, 61,06% dos idosos foi classificado no grupo Incidência, 19,41% no grupo Piora e 19,53% no grupo Permanência. Já nos contexto de média a alta vulnerabilidade, 54,58% foi incluído no grupo Incidência, 30,93% no grupo Piora e 14,49% no grupo Permanência. Em ambos os contextos e em todos os grupos de incapacidade predominaram idosos que moravam com os filhos, dividiam o domicílio com uma a duas pessoas, tinham boa percepção quanto à funcionalidade familiar e recebiam auxílio nas tarefas domiciliares. O grupo Piora apresentou maior proporção de idosos que contava com um cuidador, em ambos os contextos: 37,83% dos idosos em contextos de baixa vulnerabilidade e 53,47% em contextos de média a alta vulnerabilidade. Os grupos Incidência e Permanência, nos contextos de média a alta vulnerabilidade, apresentaram maior proporção de cuidadores que referiram dificuldade elevada no cuidado ao idoso. Nos contextos de vulnerabilidade baixa, predominaram cuidadores que referiram dificuldade baixa nos grupos Incidência e Piora. A satisfação pelo cuidado prestado foi elevada para os grupos Incidência (baixa vulnerabilidade) e Permanência (média a alta vulnerabilidade). Somente o grupo Permanência (baixa vulnerabilidade) apresentou predomínio de cuidadores que referiram baixa satisfação pelo cuidado realizado. Nos contextos de baixa vulnerabilidade, em 2010, a percepção dos cuidadores sobre a funcionalidade familiar foi boa em todos os grupos de incapacidade funcional; já em 2015, a maior parte dos cuidadores avaliou as famílias como disfuncionais. Nos contextos de vulnerabilidade média a alta, em ambos os anos, predominou a boa funcionalidade familiar. As variáveis associadas à incapacidade funcional variaram entre os grupos, entretanto destaca-se a disfunção familiar e a ausência de cuidador, que apresentaram influência na incapacidade funcional do idoso na maior parte dos grupos, em ambos os contextos de vulnerabilidade. Conclusão: os aspectos que mais influenciaram a incapacidade funcional variaram entre os grupos de incapacidade e os contextos de vulnerabilidade. Assim, além do perfil do idoso, da família e dos cuidadores, o foco da intervenção deve considerar os recursos disponíveis em determinados contextos de vulnerabilidade social, a fim de reduzir a carga do cuidado de todos os envolvidos no processo.