Dinâmica da desembocadura do rio Itanhém, Alcobaça, BA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Cussioli, Mariana Coppede
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21133/tde-14092012-133655/
Resumo: Os processos morfodinâmicos em sistemas de desembocaduras estão relacionados a uma variedade de condições forçantes que criam condições hidrodinâmicas únicas. Correntes de maré, ondas e descarga fluvial, interagindo em diferentes níveis resultam em complexos padrões dinâmicos. O objetivo do presente trabalho é entender os processos que controlam a dinâmica da desembocadura do estuário do rio Itanhém, Alcobaça, BA. A dinâmica do ambiente foi analisada através de imagens de satélite LANDSAT5-TM e da aplicação de um modelo numérico. As imagens de satélite disponíveis, para os anos de 1987, 1990, 1996, 2007, 2008 e 2009, foram utilizadas para extrair os contornos da linha de costa que, juntamente com dados batimétricos constituíram as malhas para o desenvolvimento de uma série de experimentos numéricos. O modelo numérico utilizado foi o MIKE 21 FM. Foram utilizados três módulos: propagação de ondas, hidrodinâmico e de transporte de sedimento, com retroalimentação entre as mudanças morfológicas e a hidrodinâmica. A descrição dos processos observados pelas imagens de satélite, juntamente com os resultados dos experimentos numéricos mostraram que na região ocorreu acúmulo de sedimentos com consequente crescimento de um pontal a barlamar da desembocadura entre 1987 e 2007. Em 2007 o pontal atingiu seu tamanho máximo, e em função de um evento de alta energia, se rompeu ao norte, deixando dois canais. No período quando o canal era mais estreito, houve maior transporte pela deriva verificado pelo crescimento do banco. Já no período de canal mais largo, houve interrupção na deriva e o banco não cresceu. O mecanismo principal de transporte de sedimentos na área de estudo deve-se principalmente à incidência das ondas do quadrante nordeste, que gera uma corrente de deriva litorânea para sul. As ondas do quadrante sul e sudeste, mais energéticas, e que poderiam gerar deriva na direção oposta, são refratadas pela presença dos parcéis e da progradação da linha de costa em Caravelas, localizados a sudeste e sul da área de estudo. O novo canal formado pelo rompimento do pontal tornou-se o principal meio de fluxo das correntes. Este fluxo atua como uma barreira, interrompendo a deriva litorânea de sedimentos, aprisionando-os a barlamar e limitando o suprimento de sedimentos responsáveis pelo crescimento do banco arenoso ao sul. Nota-se que o tamanho e a largura do novo canal definem a quantidade de sedimentos que atravessa a desembocadura, controlando o crescimento deste banco.