Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Lira, Paula Gabrielly Rasia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-31052022-172135/
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Resumo: |
Apesar da diversidade étnica e da presença de comunidades indígenas por todo o território brasileiro, os povos indígenas sofrem um longo processo de invisibilidade e de estereotipia. Junto a comunidades Mbya-Guarani, a Rede de Atenção à Pessoa Indígena, serviço acadêmico do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, desenvolveu o projeto de extensão Encontros Interétnicos para Brincar, no qual crianças indígenas e não indígenas passavam uma tarde juntas compartilhando brincadeiras livres. Estas intervenções tiveram como objetivo favorecer o protagonismo das comunidades e pessoas indígenas no ensino da sua história e cultura para não-indígenas. Nesse sentido, a presente tese se caracteriza como um trabalho de pesquisa-ação. Atuamos junto a educadores Mbya-Guarani na construção do projeto, e a partir destas vivências construímos questões de pesquisa acerca do êxito destes Encontros em promover interações lúdicas entre as crianças, e o seu potencial de aplicabilidade como intervenção educativa para diferentes grupos de crianças. Para tanto, desenvolvemos dois estudos. A primeira investigação teve como hipótese que a brincadeira livre estimularia coesão grupal, mitigando a evitação entre grupos étnicos durante a brincadeiras. 21 crianças MbyaGuarani e 61 crianças não-indígenas participaram de dois Encontros para Brincar. Videogravamos as interações sociais das crianças na brincadeira livre, selecionamos os primeiros e últimos 10 minutos de cada Encontro, e realizamos varreduras a cada 30 segundos registrando proximidade espacial (crianças que estavam até 1m de distância uma da outra) e brincadeira. Depois, aplicamos a Análise de Redes Sociais (ARS) para explorar os padrões de associação das crianças no começo e no fim do tempo de brincadeira em cada Encontro. O segundo estudo teve como hipótese que a brincadeira livre estimularia a construção de ações coordenadas cooperativas interétnicas entre crianças. Utilizamos as mesmas videogravações para ambas as investigações, e a partir dos conglomerados de brincadeira interétnicos identificados pela ARS, realizamos transcrições focais contínuas de cada criança presente nestes conglomerados utilizando um etograma de comportamento não verbal considerando a direção do olhar e o contato físico com objetos e parceiros. Nossos resultados demostraram que atividades de brincadeira livre foram efetivas em estimular a coesão grupal, e em promover ações coordenadas cooperativas entre crianças de até oito anos de idade, em conglomerados de idade mista. Nós concluímos que os Encontros têm potencial de aplicabilidade como intervenção educativa com capacidade de mitigar evitação de grupos étnicos em crianças, porém novos contextos interativos precisam ser desenvolvidos para melhor abranger crianças mais velhas e adolescentes |