A voz e a cara da virada: racismo estrutural na Virada Cultural da cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Priscilla Matos Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-07012025-114245/
Resumo: Em sua 19ª edição, a Virada Cultural da cidade de São Paulo tem se consolidado como uma das principais políticas da Secretaria Municipal de Cultura. O megaevento faz parte de uma política alicerçada em um conjunto de intervenções urbanas da capital que, em busca de reconhecimento global, segue modelos estratégicos fundamentados no desenvolvimento urbano e econômico a partir da perspectiva das sociedades ocidentais. Com o avanço dos estudos das relações raciais no país, surgem pontos de reflexão sobre as diferentes formas nas quais o racismo é operacionalizado e naturalizado neste grande festival, tendo em vista o seu impacto simbólico, econômico e político na cidade. Dessa forma, o objetivo é analisar criticamente como o racismo está estruturado na Virada Cultural e quais mecanismos desta política contribuem com a normalização e manutenção do privilégio branco, partindo da ocupação do espaço urbano e das relações com a sociedade em geral e com as classes artísticas. Partindo dos estudos das relações raciais (ALMEIDA, 2019; CARDOSO, 2014; FANON, 1980, 2008, 2022; ROBINSON, 2023), o trabalho de pesquisa analisa as seguintes questões: a) os aspectos históricos e sociais da sociedade ocidental, em âmbito global e local, que evidenciam a constituição de um projeto de poder chamado de Mundo Branco, que estabelece um modo de vida universal, sendo objeto de reconhecimento para obtenção de privilégios sociais; b) os discursos e práticas institucionais que naturalizam e operacionalizam o racismo por meio das políticas culturais, por meio da ocupação da região central da cidade e das relações que a Virada estabelece com o público espectador e com as classes artísticas; e c) a participação de curadores e artistas, brancos e negros, na Virada Cultural de São Paulo, no que se refere a representação e disparidade financeira e econômica. A metodologia compreende a revisão de literatura e análise de dados por meio de pesquisa quantitativa e qualitativa. Desta forma, o trabalho visa contribuir com o debate das relações raciais, tornando-o compreensível no contexto da análise de políticas culturais, bem como oferecer base útil para futuros estudos, teorias, e reivindicações da sociedade civil