O Paraguai insular : a metáfora da ilha e movimentos insulares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Cabrera Rodriguez, Antonio Damián
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-05072017-094448/
Resumo: Este ensaio percorre algumas cartografias imaginárias do Paraguai, e suas transformações, pensadas a partir da produção literária de autores paraguaios, incluídas a música popular e a produção cinematográfica, desde finais do século XIX até finais do século XX. As reflexões estão articuladas em torno a representações insulares, partindo de imaginários universais. Com frequência, o Paraguai é definido como insular, em função de condições geográficas, políticas, econômicas e culturais mediterrâneas, que marcam uma distância das metrópoles globais e regionais a princípio ressaltando a falta de costa marítima do Estado paraguaio . Historicamente, estas condições teriam contribuído a um suposto estatuto de invisibilidade do país, e dificuldade de participação e posta em circulação de produções simbólicas. Algumas representações aludem a um sentido de perda, em termos territoriais; outras, à impenetrabilidade cultural ou distância geográfica do país, incluída uma suposta ausência de processos modernizadores no país, comparado com a região. O conceito de heterotopia de Michel Foucault é empregado para interpretar algumas destas representações, assim como a formação de ilhas geológicas e da imaginação descritas por Gilles Deleuze. A reflexão sobre a formação e a transformação da metáfora do Paraguai insular apela à ideia de movimentos verticais e horizontais: de separação implicada na imagem de elevação para uma reconstrução, nos períodos de pós-guerra; ou na barbarização do Paraguai por parte de seus opositores culturais ; de fuga e implosão, como saída do fechamento insular; assim como de aproximação, que alude à modernização do Paraguai, e sua integração a processos regionais e globais. Nos autores estudados, uma tensão entre línguas está presente na escrita de ficção: o guarani é a língua majoritária da sociedade paraguaia, mas a produção literária em castelhano é hegemônica; porém, existem textos híbridos que misturam as duas línguas. Logo após a queda da ditadura de Alfredo Strossner, e em coincidência com a fundação do MERCOSUL, escritores paraguaios e brasileiros intensificaram uma produção literária que mistura castelhano, português, e também guarani: signo possível de abertura dos limites insulares, e uma aproximação a processos modernizadores, o fenômeno também pode ser pensado como uma expressão de maturidade do colonialismo brasileiro no Paraguai