Avaliação psicológica de meninas com puberdade precoce central idiopática antes e durante o bloqueio puberal com análogos de GnRH

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Menk, Tais Alencar Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-13012016-101501/
Resumo: Introdução: A puberdade é considerada precoce quando ocorre antes dos 8 anos nas meninas. É classificada como puberdade precoce central (PPC) quando decorre da ativação prematura do eixo gonadotrófico e é considerada idiopática quando não há alteração no sistema nervoso central. O bloqueio puberal com análogos de GnRH é o tratamento de escolha da PPC e visa a regressão ou estabilização dos caracteres sexuais secundários, desaceleração da velocidade de crescimento e da maturação óssea com melhora do prognóstico de estatura adulta e promoção do ajuste psicossocial da criança e dos familiares. Poucos estudos avaliaram o impacto psicológico da PPC e o benefício resultante do bloqueio puberal. Objetivos: (1) Comparar o escore de estresse entre pacientes com PPC idiopática antes e durante o bloqueio puberal com análogos de GnRH e um grupo controle. (2) Avaliar a dinâmica da personalidade por meio do teste projetivo HTP-F (house-tree-person-family) em meninas com PPC idiopática, antes e durante o bloqueio puberal com análogos de GnRH e um grupo controle. (3) Comparar a prevalência dos indicadores de personalidade obtidos no HTP-F entre pacientes com PPC idiopática antes e durante o bloqueio puberal com análogos de GnRH e um grupo controle. Pacientes e Métodos: As pacientes foram agrupadas em pré-tratamento (n=12) e em tratamento (n=22), sendo 11 do grupo pré-tratamento reavaliadas 1 ano após início do tratamento (corte longitudinal) e 11 avaliadas em uma ocasião durante o tratamento (corte transversal). O grupo controle foi constituído de 8 meninas com desenvolvimento puberal em idade adequada, pareadas por estadiamento puberal. A avaliação psicológica incluiu entrevista semiestruturada, questionário psicossocial, aplicação da Escala de Stress Infantil (ESI) e do teste projetivo House-Tree-Person-Family (HTP-F). Os resultados estão expressos em média e desvio padrão e comparados entre os grupos por métodos estatísticos apropriados. Resultados: No grupo pré-tratamento, 6/12 (50%) pacientes encontravam-se estressadas, 4/12 (33%) na fase de alerta e 2/12 (17%) na fase de resistência. No grupo em tratamento (braço longitudinal), 3/11 (27%) pacientes encontravam-se estressadas e na fase de alerta. No grupo em tratamento (corte transversal) foram verificadas que 4/11 (36%) pacientes encontravam-se estressadas e na fase de alerta. No grupo controle somente 2/8 (25%) encontraram-se estressadas e situadas na fase alerta. Houve diferença significativa da média de escore total de estresse entre o grupo pré-tratamento, comparados ao grupo longitudinal e ao grupo controle (p <0,05). No teste HTP-F, os indicadores psicológicos significativos no grupo pré-tratamento foram sentimento de introversão comparado ao grupo em tratamento (longitudinal), sexualidade aflorada comparado ao grupo em tratamento (transversal) e sentimento de inferioridade comparado ao grupo controle (p < 0,05). Os indicadores psicológicos prevalentes, embora sem significância estatística no grupo pré-tratamento foram: ansiedade, sexualidade aflorada, esquema corporal inadequado, interação social inadequada e sentimento de inferioridade comparado aos demais grupos. No grupo em tratamento (longitudinal) foram significativos traços depressivos (luto) e sentimento de extroversão comparado ao grupo pré-tratamento (p < 0,05). No grupo em tratamento (transversal) os indicadores psicológicos prevalentes foram aceitação da mudança corporal e traços agressivos comparados aos demais grupos, embora sem significância estatística. Conclusão: O bloqueio puberal apresentou impacto significativo na redução do escore de estresse em pacientes com PPC. A aplicação do HTP-F em meninas com PPC apontou indicadores valiosos na dinâmica da personalidade, e poderá ser de grande utilidade na avaliação inicial, bem como na intervenção de meninas com precocidade sexual