Efeitos dos frutos da Solanum lycocarpum St. Hil. em ratas prenhes e sua prole durante a gestação e início da lactação: alterações na esfera reprodutiva e na atividade dos sistemas monoaminérgicos centrais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Schwarz, Aline
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Rat
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9141/tde-21082009-165013/
Resumo: A Solanum lycocarpum St. Hil (Solanaceae) é uma planta nativa do cerrado brasileiro, cujos frutos possuem os glicoalcalóides esteroidais solasonina e solamargina. É possível que a ingestão de frutos que contenham esses glicoalcalóides possam interferir no equilíbrio do sistema endócrino. O presente estudo foi realizado com o objetivo de avaliar os possíveis efeitos tóxicos provenientes da ingestão diária de frutos verdes da S. lycocarpum (10% na ração) por ratas prenhes, a partir do 6° dia da gestação (DG 06) ao 7° dia pós-natal (PN 07). Os princípios ativos isolados dos frutos da planta mostraram a presença de 0,6% de solamargina e 0,9% de solasonina. A exposição das mães à planta alterou alguns parâmetros do desempenho reprodutivo; foram observados redução tanto do peso como do comprimento corporal das ninhadas experimentais ao nascimento, um ou dois filhotes mortos ao nascimento em 20% das ninhadas experimentais e menor capacidade em adquirir peso do nascimento à vida adulta. A prole experimental adulta fêmea apresentou degeneração de células epiteliais uterinas no dia PN 60, não sendo mais observada esta alteração no dia PN 90. A avaliação do comportamento sexual de fêmeas (PN 10O) mostrou redução do coeficiente de lordose das fêmeas experimentais quando comparado com o coeficiente de lordose das fêmeas do grupo controle. Na prole experimental masculina (PN 60 e PN 90) observou-se importante degeneração de células germinativas dos duetos testiculares. Por outro lado, o comportamento sexual desta prole não mostrou-se alterado. Na avaliação de neuroaminas cerebrais, a prole feminina apresentou maior atividade do sistema noradrenérgico estriatal, caracterizada por redução dos níveis de noradrenalina, sem alteração dos níveis de seu metabólito ácido vanilmandélico (VMA), e reduzida atividade do sistema serotoninérgico hipotalâmico, caracterizada por elevação dos níveis de serotonina (5-HT) sem alteração dos níveis de seu metabólito ácido 5-hidroxiindolacético (5 HIAA). Os filhotes machos apresentaram concentrações reduzidas de noradrenalina, VMA e ácido homovanílico (HV A). Ambos, machos e fêmeas, apresentaram níveis estriatais diminuídos de dopamina e seu metabólito ácido dihidroxifenilacético (DOPAC), sem, contudo, alterar a atividade do sistema dopaminérgico. Não foram observadas alterações hormonais tanto nas mães, quanto na prole, avaliadas por meio da mensuração não invasiva de metabólitos dos hormônios progesterona, estradiol e testosterona nas fezes. Estes dados tomados em conjunto indicam que a planta promoveu leve toxicidade materna e apresentou leve efeito fetotóxico. A avaliação das proles do nascimento à vida adulta indicou ainda que os glicoalcalóides esteroidais presentes nos frutos provocaram efeitos diferenciados nas proles feminina e masculina e possivelmente apresentam atividade estrogênica.